sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Para os remadores, para os veteranos, para todos... - Uma fábula brasileira





Administradores E Remadores


Uma fábula sobre a difícil arte de organizar o trabalho e afins
No ano de 1996, houve, nos arredores de Osaka, uma competição entre as equipes de remo do Brasil e do Japão. Logo no início da competição a equipe japonesa começou a se distanciar e completou o percurso rapidamente. A equipe brasileira só conseguiu chegar à meta uma hora depois.
De volta ao Brasil, o comitê executivo reuniu-se para avaliar as causas de tão desastroso e imprevisto resultado. Uma cuidadosa avaliação apontou para uma diferença fundamental entre os times: a equipe japonesa era formada por um chefe de equipe e dez remadores: a equipe brasileira era formada por um remador e dez chefes de equipe. A decisão passou para a esfera do planejamento estratégico, com o objetivo de realizar uma profunda revisão da estrutura organizacional para o ano seguinte.
Em 1997, logo após a largada da competição, a equipe japonesa tomou novamente a frente e distanciou-se. Dessa vez, a equipe brasileira chegou à meta duas horas depois dos vencedores.
De volta ao Brasil, o comitê executivo reuniu-se para avaliar as causas do novo fracasso. A análise mostrou os seguintes resultados: a equipe japonesa continuava com um chefe de equipe e dez remadores; a equipe brasileira, após as mudanças introduzidas, era formada por um chefe de equipe, dois assessores, sete chefes de departamento e um remador.
A conclusão do comitê foi unânime: “0 remador é um incompetente!!!”
Em 1998 aconteceu uma nova oportunidade de competir com os japoneses. O departamento de engenharia pôs em prática um plano destinado a melhorar a produtividade da equipe, com a introdução de novas mudanças e melhores práticas gerenciais. 





Tais inovações produziriam aumentos significativos de eficiência e eficácia. Os brasileiros com certeza venceriam os japoneses.
Porém, chegado o dia da competição, o resultado foi novamente catastrófico e, dessa vez, a equipe brasileira chegou à meta três horas depois dos japoneses.

Novos estudos, reuniões acaloradas e enormes relatórios. A análise revelou: mantendo a tradição, a equipe japonesa era formada por um chefe de equipe e dez remadores. A equipe brasileira, por sua vez, utilizou uma formação vanguardista, integrada por um chefe de equipe, dois auditores de qualidade total, um assessor, um analista de O&M, um engenheiro de navegação, um chefe de departamento, um controlador de tempo e um remador.



Depois de vários dias de reunião e análise da situação, o comitê decidiu finalmente demitir o remador. Decidiu também contratar um novo remador, mas utilizando um contrato de prestação de serviços sem vínculo empregatício. Evitar-se-ia, dessa forma, a nefasta influência do sindicato dos remadores, responsável pela baixa produtividade e o baixo comprometimento dos recursos humanos com os objetivos organizacionais. A competição de 1999, certamente, confirmará o acerto das decisões.
Retirado : por ai pela net

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