quarta-feira, 13 de abril de 2016

A epicondilite no remo e sua prevençao

A EPICONDILITE NO REMO E SUA PREVENÇÃO

epicondilite

A epicondilite ou “ cotovelo do tenista “ é uma situação lesional de sobrecarga que com bastante frequência compromete a função dos membros superiores dos remadores.
Qualquer outra actividade desportiva em que haja uma utilização repetitiva dos músculos extensores do punho e dos dedos, como no caso do andebol, do ténis de mesa, do golfe, da natação, do basebol, do lançamento do peso e do disco, do hóquei em patins e em campo, da canoagem, pode dar origem ao aparecimento do chamado cotovelo do tenista.

Neste processo é importante o remador ter a noção de que não é propriamente em nenhuma das áreas articulares do cotovelo que se apresenta a lesão, mas efectivamente apenas numa pequena área da sua face externa.

O uso repetido e com grande tensão, destes músculos do antebraço que partem da face externa do cotovelo até ao punho e dedos para promoverem os seus movimentos de extensão, provoca gradualmente minúsculas lacerações na sua área de inserção óssea na referida face externa do cotovelo, mais precisamente numa eminência designada por epicôndilo.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA EPICONDILITE?

A epicondilite em quase todas as modalidades desportivas onde se costuma instalar, começa como uma ligeira impressão dolorosa, geralmente localizada na face externa do cotovelo e que se estende pelo terço proximal da face externa do antebraço. 


Quando se continua a usar o antebraço em sobrecarga repetitiva, a zona magoada torna-se bastante dolorosa até no repouso nocturno, mas e principalmente ao toque ou à pressão e claramente, sempre que haja solicitação dos músculos extensores, com constantemente a dor a irradiar para baixo, chegando por vezes quase até ao punho. 

Levantar qualquer objecto, bater ou lançar uma bola, especialmente com o cotovelo estendido, torna-se muito doloroso e quase impossível, mesmo para cargas não muito elevadas. Gestos simples como o simples abrir a maçaneta de uma porta, tornam-se impossíveis.

Para que o remador possa ter a noção de que o desconforto ou a dor que sente no seu cotovelo pode decorrer efectivamente de uma epicondilite, deve com o apoio do treinador, do instrutor, do professor ou mesmo de um dos progenitores, flectir completamente o antebraço em relação ao braço/ombro, como que para " fazer musculo " e logo de seguida estende-lo em rotação externa máxima (supinação), com a palma da mão sempre bem virada para cima. Se existir um processo de epicondilite, sente de imediato uma dor maior ou menor sobre a zona externa, logo que o antebraço se começa a esticar. 

Para reforçar o resultado deste teste simples, o atleta pode também fazer a flexão do seu punho sobre o antebraço, mantendo-o sempre com a face palmar voltada para cima e com o cotovelo na posição de extensão completa. Em caso de epicondilite esta manobra é igualmente bastante dolorosa para o atleta.

O QUE PODEMOS FAZER PARA CONTRARIAR OU ANULAR A EPICONDILITE?

Perante uma epicondilite de menor ou maior agressividade, é importante parar de imediato a actividade e não a retomar até que a dor tenha desaparecido completamente. Isto pode muito frequentemente demorar várias semanas, mas no entanto o repouso é o melhor tratamento. Para além disso o atleta deve usar o antebraço, o punho e a mão o menos possível de modo a terem condição adequada para que se cure a patologia inflamatória no epicondilo.

Para aliviar a dor, pode utilizar-se uma massagem com gelo na área dorida durante 20 minutos, pelo menos duas a três vezes por dia. Este procedimento deve ser feito durante vários dias seguidos e até haver melhoria com consistência. A massagem da zona magoada pode igualmente ser útil por aumentar a circulação sanguínea nos músculos lesionados.

Tomar um anti-inflamatório não esteroide (apenas por indicação do ortopedista) reduz a dor e a tumefacção. Não infrequentemente poderá também haver a necessidade de se levar a efeito uma ou duas injecções na zona comprometida, com um anestésico local e com betametasona, já que os resultados são bastante duradouros.


Posteriormente e após a regressão da dor, mas de modo progressivo, o remador deve então começar a fazer pequenos exercícios de alongamento dos extensores de modo a melhorar o equilíbrio e o balanço muscular da mão e do punho.

Na sequência de um episódio de epicondilite, para evitar recidivas futuras, o remador deve considerar sempre a possibilidade de manter um ciclo de lições regulares com um professor, instrutor ou treinador de modo a continuadamente melhorar a técnica e o gesto desportivo. A correcção do "grip" é atitude determinante na prevenção.

Por vezes uma banda de compressão em velcro, colocada no antebraço, imediatamente abaixo do cotovelo (três dedos), ajuda a proteger a inserção dos músculos epicondilianos, da grande tensão repetitiva com um efectivo esbatimento das forças exercidas, quando se reinicia a prática desportiva.

Nas situações recorrentes e ou refractárias ao tratamento médico conservador anteriormente descrito, há necessidade de se recorrer ao tratamento cirúrgico e nestas circunstância a sua efectivação deve ser levada a efeito o mais precocemente possível.


Este desenvolve-se em ambiente de "cirurgia de dia", com utilização de anestesia loco-regional. A recuperação funcional, tem em média um período de 21 dias e os resultados são excelentes e definitivos.
No entanto, antes de se tentarem tratar a si próprios, os remadores devem procurar um médico ortopedista, de modo a terem a certeza de que as suas queixas dolorosas na face externa do cotovelo se enquadram num processo de uma epicondilite e não de outra afecção.

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