quinta-feira, 9 de março de 2017

Ganhar e perder acontece entre as orelhas


O mundo está repleto de gente talentosa, cheia de habilidades, capacitada para enfrentar os mais diversos desafios. Mas o sucesso não é garantido nem para essas pessoas, uma situação que intriga psicólogos. 

Não só os resultados, mas também a rotina de treinos e a forma como eles lidam com a ansiedade em cada competição chamam a atenção – e podem ensinar lições valiosas. 

Tomando por base as suas performances, pode-se pensar em aspectos da vida de pessoas comuns, já que nem sempre os desportistas melhor preparados fisicamente conseguem a vitória. 

Afinal, apenas talento e treino não são suficientes para conquistar o lugar de campeão: o equilíbrio psicológico é fundamental.

Uma postura mental adequada e o firme desejo consciente de vencer podem tornar o amador um vencedor – e isso vale não apenas para desportistas, mas para qualquer um que queira realizar com êxito uma atividade que exija esforço e dedicação. 

Como exemplo : O tenista alemão Boris Becker, que já foi o primeiro do mundo nesse desporto, descreveu essa postura de forma muito acertada e curiosa: “Perder e ganhar acontece entre as orelhas”. Em seu melhor período, Becker ganhava em jogos importantes o decisivo tiebreaker em nove de cada dez competições.

Certa vez, logo depois de um jogo um repórter de televisão perguntou ao atleta como sempre conseguia tal resultado. “Ah, eu já joguei essa partida ontem à noite”, respondeu. 

O repórter não deu grande importância à frase, mas esse parecia ser justamente o segredo do sucesso. 

Excelentes desempenhos – seja no desporto, na profissão ou na vida pessoal – muitas vezes são alcançados “antecipadamente”. 

Oliver Kahn, o guarda redes que chegou muito perto de conquistar o título de melhor jogador do mundo pela Federação Internacional de Futebol (Fifa),“defendia” bolas críticas na noite anterior ao jogo decisivo. 

Da mesma forma, o piloto Michael Schumacher adotava a prática de se visualizar comemorando o primeiro lugar antes da corrida começar. 
 
Quando perguntaram certa vez ao boxeador ucraniano Wladimir Klitschko como se preparava mentalmente para os embates, respondeu: “Quando tenho grandes lutas à frente, sonho com elas”. 
O que ele via nesses sonhos? “Eu vejo o fim que desejo, a vitória; exatamente como no cinema, os sonhos se tornam realidade.” 

O truque, portanto, é partir triunfante rumo ao objetivo antes do início da partida. Seguindo esse raciocínio, a postura mais indesejável que se pode ter ao chegar à linha de largada é “vejamos até onde se pode chegar”. 

Tudo isso parece muito esotérico? Talvez já conheça a seguinte situação: a pessoa ajusta o relógio à noite para se levantar às 6 horas – e na manhã seguinte acorda às 5h59, antes mesmo de o despertador tocar. Como pode ser? Simples: o subconsciente trabalha diligentemente para cumprir objetivos. 

O relógio biológico é, nesse caso, apenas um pequeno exemplo das possibilidades que podem se abrir para uma pessoa. É possível, sim, usar esse potencial em causa própria.

Primeiro, é preciso interromper o “diálogo interno” – que acontece na nossa cabeça quando, por exemplo, nos cobramos por eventuais falhas. 

Essa discussão interior é algo muito diferente de reconhecer os próprios erros e traçar estratégias para não voltar a cometê-los. 

Em geral acontece de forma consciente, mas é alimentada pelo subconsciente, e por isso nem sempre é simples ter controle sobre ela. 

Voltando a Boris Becker, e uma prática sua corrente antes de uma competiçao: na noite anterior a um jogo importante, ele isolava-se no seu quarto de hotel, colocava-se nesse estado de relaxamento e sonhava com seu sucesso nos momentos decisivos do jogo. 


Em pensamento, via-se fazendo uma ótima jogada, enquanto o seu opositor ficava indefeso na base. Quando adormecia com essa imagem na cabeça, o seu subconsciente continuava trabalhando incessantemente e ancorava a imagem desejada como algo já atingido – como “verdadeira”.

No dia seguinte, quando a situação antecipadamente sonhada se tornava realidade, Boris Becker já havia vencido internamente. Considerando a certeza da vitória, já não restava espaço para a hesitação durante o saque, e não havia dúvida de que ele seria capaz de fazer as melhores jogadas. Tudo ocorria de forma mais ou menos automática. E o mais importante: ele não levaria em conta um possível erro.

Obviamente não adianta sonhar que o adversário erra, já que se trata de interferir na realidade interna, subjetiva, mandando mensagens para o próprio cérebro. 
Só podemos fazer isso conosco, nunca com os outros. 

Quando também quiser afastar hesitações que podem enfraquecê-lo em momentos decisivos (ao apresentar um trabalho, submeter-se a uma entrevista de emprego, participar de uma reunião importante ou conversar com alguém querido sobre um tema difícil), pode realizar um exercício duas vezes por dia, durante dez minutos, com intervalo de algumas horas entre eles. 

Assim que estiver totalmente relaxado e conseguir calar seu diálogo interior, visualize os seus objetivos pessoais em imagens o mais marcantes possível, dizendo a si mesmo que o objetivo já foi atingido. E, então, deixe que seu cérebro faça o resto. 

Parece simples.... E assim sendo de fácil, todos nós, seriamos competidores dificeis, seja na nossa vida quotidiana, seja no desporto que praticamos, a que nível for.

No fundo, resume-se a uma coisa mais simples : a superaçao pessoal, seja fisica, como mental. E todo o texto lido anteriormente pode de facto ser de uma ajuda preciosa. 

A tentar .... .... .... .... ....

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