segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Quando novos desafios se colocam ...

Sabem nadar? Não! Praticam triatlo? Não! Então façam um Ironman!


"E agora algo um pouco diferente. Como sabem, eu gosto de corrida, de trail running e agora recentemente de triatlo. E no triatlo, talvez sejam raros os atletas que não ambicionam chegar à prova rainha: o Ironman! O Hélder Oliveira queria muito e conseguiu!
O Hélder é praticante de corrida e amigo dos trilhos e um dia meteu na cabeça que queria fazer um Ironman… e está feito! Tarefa de super-homens? Talvez não seja tanto assim. Leiam e fiquem a saber como foi e… quem sabe um dia não são vocês?
“Por ser o meu primeiro Ironman senti a obrigação de relatar os contornos desta aventura. Porque é um evento mítico associado a um certo elitismo físico e – dizem – ao alcance apenas de seres sobredotados, quero sobretudo demonstrar através da minha descrição não ser exatamente assim. Desde o “dia zero” da minha preparação, até ao dia da prova, tentarei ser o mais rigoroso possível, para que possam retirar algumas ilações e até tomar decisões quanto à vossa participação num Ironman.
O meu passado desportivo é mediano, nunca fiz nada mais do que terminar provas e, embora sempre ativo desportivamente, nunca tive um desempenho especial.
Após uma paragem de aproximadamente 3 anos para alinhar o “chassis” (operação a uma hérnia discal), retomei a prática desportiva (treino regulamente há cerca de 2 anos, pós-paragem). Todo o meu treino foi orientado para o trail running e o ano de 2012 foi totalmente preenchido com Ultra Maratonas.
Em Novembro passado (2012), tocou o sino do Ironman, pois precisava de um desafio diferente, após alguns quilómetros de Ultra Maratonas.
Ao tomar a decisão de participar deparei-me com o primeiro problema: 450 euros de inscrição?! Com o apoio do Ginásio Rainha e da Clínica Soleil, o sonho manteve-se de pé e a inscrição foi realizada. Sem o apoio de ambos teria sido economicamente inviável.
Surge o segundo problema: tinha de nadar 3.800 metros em águas abertas e não sabia nadar crawl (a técnica mais adequada à distância em causa). Nadava apenas bruços, como a generalidade dos portugueses não praticantes de natação. Bem, façamos a inscrição e depois pensemos nisso.
Algumas consultas ao Youtube para visualização das técnicas de crawl e de respiração e umas quantas conversas com o pessoal do triatlo, um mês depois, com 5 treinos semanais de natação, eis que o “cromo” fazia já 30m nessa técnica… “é possível!!!”, pensei! Com a necessidade de acelerar a evolução na natação, pois a prova estava a 8 meses de distância e eu não sabia nadar, mantive os 5 treinos semanais sacrificando a corrida e bicicleta.
A meio da preparação, em meados de Fevereiro ou Março de 2013, fiz o primeiro teste aos 3.800m em piscina, usando o fato de neoprene. Este teste permitiu-me obter informações importantes do ponto de vista de um atleta completamente inexperiente na água. Concluí que estaria a fazer a distância em cerca de 1h30 e que fisicamente não tinha problemas com esse esforço. A questão agora era a fraca técnica e consequentemente, uma óbvia lentidão. Tomei a decisão de equilibrar a carga horária ao nível de treino e passei a distribuir de forma mais nivelada o treino semanal de corrida, natação e bicicleta.
Diariamente o treino era constituído por duas sessões de: corrida + bicicleta, corrida + natação ou bicicleta + natação, com alternâncias diárias.
A fase seguinte era fazer um triatlo, pois não seria inteligente arriscar-me num Ironman sem qualquer prova de triatlo realizada. Com certeza haveria equívocos e erros a serem corrigidos e só uma prova para os pôr a descoberto. Para o efeito inscrevi-me no Half-IronMan de São Jacinto, Aveiro, no mês de Maio. Teria metade da distância de um Ironman para percorrer no caso do half (1.900m de natação, 90km de bicicleta e 21km de corrida). A prova de Aveiro era aproximadamente a 30 dias do Ironman de Nice. Seria o derradeiro teste e uma importante fonte de informações.
Cometi vários erros! Desde logo, o mais grave, no sector da natação, naquela que era a minha primeira experiência em águas abertas, quer em treino, quer em prova. Perdi o sentido de orientação e acabei por sair várias vezes do percurso. Depois desta secção e já no final da prova era evidente que o meu sector mais forte era a bicicleta, informação útil para um Ironman marcado essencialmente por montanha e… 180km de distância. O meu primeiro triatlo estava concluído e com a normalidade expectável, tendo em conta a minha condição física e experiência na modalidade.
Aproximava-se a data do grande e mítico evento, o IRONMAN!!!
Admito que sempre alimentei um certo mito do atleta sobredotado para realizar com sucesso uma prova deste tipo, não apenas pelo esforço físico imposto pela prova mas, especialmente por implicar três modalidades distintas e em distâncias muito exigentes. E chegava a hora de eu provar que seria capaz. Apesar de atleta mediano e sem quaisquer vantagens genéticas ou especiais aptidões, talvez (e friso, talvez) possa dizer que em algumas situações me destaque pela teimosia. E talvez isso pudesse revelar-se uma vantagem.

Dia 22 de Junho, sábado: véspera da prova

O dia de sábado levou-me à zona da prova, onde realizei o registo durante a manhã e o check up à bicicleta durante a tarde. O rigor, o método e os meios utilizados impressionavam! Tudo o que rodeava o IRONMAN era absolutamente arrebatador! “Farei eu parte disto?”, cheguei a questionar, tal a dimensão daquela realidade. Era um sonho ali à porta, o sonho de um atleta vulgar que durante anos olhou à distância de anos-luz para um evento impensável de algum dia concretizar.

Dia 23: o IRONMAN de Nice

Dia 23 chegou, acordei às 03h15 (4h15 em Portugal) e tomei o pequeno-almoço de sempre. Em nada alterei nos meus hábitos alimentares, e nisto a experiência das ultra maratonas já me tinha ensinado que não seria boa ideia.
Às 05h00 estava no parque das bicicletas, ultimei a Valdemiro (a bicicleta), especialmente montada pelo Sr.Valdemiro para este Ironman. Verifiquei a pressão dos pneus, apliquei a vaselina no corpo e estava pronto para a natação. A prova teria início às 06h30… 5 minutos antes o ambiente era único, centenas, milhares de atletas estavam na água, prontos para iniciar os 3.800m do sector de natação. E começava ali o sonho!
O público alimentava um ambiente arrepiante!

A natação

Dada a partida veio a confusão natural provocada por 2.800 nadadores, o que dificultava as braçadas iniciais. Manter a concentração na braçada, controlo respiratório e orientação apresentava-se como uma tarefa difícil de levar a cabo. Mas uns minutos depois o pelotão estendia-se no mar e facilitava a tarefa aos nadadores.
Com uma entrada significativa no mar para realizar a primeira volta de 2.400m, senti alguma dificuldade em visualizar as bóias, já que a ondulação retirava-me na maioria das vezes a linha do horizonte. Optei por em grande parte da prova seguir o pelotão, esperando não errar na escolha do grupo adequado.
Percorridos os 3.800m de natação, saí da água com 1h37 e estava em boas condições físicas, pronto para iniciar o sector do ciclismo. Tinha pela frente 180km de estrada e montanha para dificultar a tarefa.

O ciclismo

Marquei os 32km/h numa fase inicial como limite ao meu ritmo. Mantive o andamento nos primeiros 20km, a pedalada era confortável e protegia-me de esforços excessivos que pudessem dificultar a tarefa ao subir a montanha que estava pela frente. Com aproximadamente 20km de distância percorridos, o percurso começou gradualmente a subir e até aos 70km a história foi essa: montanha, mais montanha, mais desnível positivo. Atingi a marca dos 70km bastante cansado, o esforço havia sido significativo, foram necessárias 3h30 aproximadamente para concluir estes primeiros 70km.
Durante esta fase da prova observei um atleta ser transportado para um helicóptero de assistência médica. Percebi que teria de ser algo muito grave. No final da prova havia a notícia da morte deste participante da prova, com apenas 30 anos de idade. A velocidade e uma queda terminaram com o sonho da pior maneira.
Atingido o topo da montanha, o resto do percurso era essencialmente marcado por desnível negativo, muitas descidas rápidas em estradas sinuosas. Era relativamente fácil ultrapassar os 50km/h ou até 60km/h sem necessidade de pedalar. Mas o acidente anterior lançava-me sinais de alerta constantes e, embora por vezes o esquecesse, acabaria por ser relembrado por dois novos acidentes com quedas de atletas nas zonas mais rápidas. Havia que definir um ponto de razoabilidade entre o benefício da velocidade e o risco de não terminar a prova, ou pior.
Percorri os restantes 110km com relativa rapidez e apesar do tempo perdido nos primeiros 70km com a subida, a recuperação permitiu-me chegar a Nice com menos de 7h no sector de ciclismo: 6h51 definia o meu desempenho.

A corrida

Chegava o sector final, a chave para a meta: a maratona! 42km de corrida sob condições meteorológicas dificilíssimas, já que o calor se fazia sentir e as pernas já acusavam níveis de cansaço elevados. O momento era sobretudo psicológico e de luta.
Nos primeiros 21km a dificuldade em manter um ritmo razoável foi enorme! Só encontrei um andamento confortável e possível na marca de 7’/km. Gradualmente fui recuperando alguma frescura física e, realizada a primeira meia-maratona, pude acelerei um pouco o ritmo, baixando para os 6’/km. Não tinha sinais de cãibras nesta altura e o aspecto mais importante acabava por ser o desgaste psicológico.
A meio da maratona a ideia típica de que “está quase” e que regularmente nos assalta em maratonas, estava a pressionar-me para facilitar no consumo do gel, pois o estômago já não aceitava com a mesma disponibilidade e afinal de contas estava mesmo “quase”. Controlei esse desejo e mentalizei-me que o “quase” eram mais de 2h de prova e continuar dependeria do consumo de energia e líquidos. O desgaste e o calor estavam à espreita para interromper o caminho para o sucesso, se assim fosse ditado.
Se até aos 21km consumi uma embalagem de gel a cada 5km, a incapacidade de manter esse tipo de ingestão por indisposição fez-me alterar a estratégia e passei a consumir o gel em distâncias mais curtas mas agora pequenas e suportáveis quantidades. O objectivo era manter o corpo alimentado sem provocar uma indisposição impeditiva de prosseguir com a alimentação.
Todo o percurso tinha disponíveis chuveiros e usei-os para baixar a temperatura corporal, sem nunca abdicar de usar todos aqueles que ia encontrando. Era menos uma preocupação para o meu já esforçado coração, a bater ainda mais forte para baixar a temperatura corporal. Todas as poupanças de energia eram nesta altura relevantes.
O público tornava a avenida Promenade Des Anglais, destinada à maratona, com 5km para cada um dos sentidos, num local entusiasmante e vibrante. Não se cansavam de motivar os mais desgastados com palavras de incentivo, como: “You are an IRONMAN!”, “courage!”, “Bravo!” e de quando em vez lá vinha um “Força Portugal” saído do público com sotaque 100% “tuga” e de alguém que identificava no meu fato a bandeira nacional. Reconfortante!
A última volta! Faltavam 10km para atingir o objectivo, o público que entretanto tinha “aprendido” a identificar os atletas em última volta para a conclusão da prova, não deixavam de gritar incentivos e estender as suas mãos para uma arrepiante interação entre público e atletas.
O meu desgaste nos quilómetros finais era absolutamente acentuado, todo o sistema cardio-respiratório acusava cansaço, o que me obrigou a baixar o ritmo. A tentação de caminhar era fortíssima, a maioria dos atletas já o fazia, facto que contribuía para alimentar o desejo de lhes seguir o exemplo. Mas com a meta a pouco mais de 30m de distância, caminhar não era opção. A opção era só uma: terminar o mais rápido possível!
A quilómetros da meta comecei a erguer os braços, o ambiente era único! Os espectadores festejavam o meu sucesso como sendo deles. Eram também parte deste espetáculo, estavam a engrandecer o meu feito, o feito de todos quantos alcançaram aquela dolorosa meta.
Verbalizei várias vezes a alguns metros da meta: “I´m an IronMan!”, não por vaidade mas por direito, tinha-me doído! Tinha conseguido!
A meta! Estava na meta!!! O somatório de 13h36m de emoções transpirava pela minha pele. Ao subir à meta esqueci a medalha por momentos… era a meta! Baixei-me, toquei a palavra Ironman gravada no tapete da meta, repousei finalmente por momentos. Tinha acabado. Desliguei do mundo naqueles segundos, abstraí-me de tudo quanto me rodeava e, em retrospectiva, agarrado ao tapete Ironman falei em silêncio: “Sou um IronMan, sofri imenso para aqui chegar, sou um Ironman. Este é o teu momento, vive-o!”. E assim permaneci largos segundos, completamente anestesiado pelo tributo que o evento me prestou, em troca do meu esforço.
Eu, um atleta vulgar, sem absolutamente qualquer característica física especial, relevante ou rara. Eu sou um Ironman!”

Um belo relato de objetivos a atingir a nivel fisico. Quando tens uma atividade e um desporto que praticas, por vezes saturas-te.... e podes buscar outros desafios. Falando por mim, nao tenho este objetivo pela evidente dedicaçao e tipo de treino, mas efetivamente admiro todos que o conseguem !!!

Retirado de :  http://www.desedentarioamaratonista.com/2013/06/26/sabem-nadar-praticam-triatlo-nao-entao-facam-um-ironman/

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O milagre português ou como produzir campeões sem fazer desporto

After Jogos Olimpicos e iniciando um novo ciclo olimpico de mais 4 anos


Sobre o nosso Portugal (também adaptado ao remo):  

"Continuamos a ser o país que maltrata os atletas olímpicos pela falta de medalhas, ciclicamente, de quatro em quatro anos, não mostrando qualquer incómodo e revolta com políticos, dirigentes e com o sistema e a política desportiva nacional. 

E tudo isto porque, de vez em quando, contra todas as probabilidades, genética e economicamente falando, há uns extraterrestres portugueses, que com a mesma falta de condições, conseguem o impensável e chegam ao bronze, à prata e mesmo ao ouro  olímpico. E é disto e só disto que queremos saber.

Um país onde o pouco dinheiro que há, público ou privado, vai quase todo para o futebol, e mesmo aí, os que são grandes cá dentro, são pequenos lá fora. Apesar da nossa dimensão, a exigência mantém-se para todas as modalidades e atletas, principalmente os olímpicos. E parece que o pior mesmo é ser qualificado para ir aos jogos, pois ninguém se chateia com os que nem sequer lá vão, pelo menos, não envergonham o país lá fora.

Um país onde o último governo em funções retirou a educação física do currículo do ensino primário, diminuiu a carga horária do desporto de forma generalizada e precarizou professores de educação física.

Refém de lobbies

Um país onde as escolas não tem pavilhões, ginásios, pistas de atletismo ou piscinas. Muitas vezes, nem sequer as há perto, outras só na cidade vizinha.
Um país onde o modelo desportivo assenta na transição do desporto escolar, que não existe, para o desporto associativo, demarcando-se o Estado das suas funções nesta matéria, mas sem apoiar devidamente os clubes, associações e federações.

Um país onde o Comité Olímpico é a fiel imagem de tudo o resto, refém de lobbies e interesses, sujeito à perpetuação das pessoas de sempre nos cargos do costume, sem qualquer escrutínio.

Um país onde o índice de prática desportiva e de atividade física é tão miserável, que nem com o Pokemon Go melhorou, apesar de termos mais telemóveis do que pessoas.

Um país que investe milhões em centros de alto rendimento para as medalhas dos próximos jogos olímpicos, mas não nem tem dinheiro para investir na base do sistema desportivo.

Um país que não tem a noção do que é fazer quilómetros e quilómetros para ir treinar, treinar sozinho, de madrugada, de noite, ao frio e à chuva, ao calor tórrido, antes ou depois do trabalho ou escola, ou ambos, aos domingos e feriados, não comer o que se quer, não sair à noite com os amigos, beber um copo, fumar um cigarro, deixar de estar com a família, pagar do próprio bolso, pedir aos pais ou emprestado, para viagens de autocarro, voos low-cost, para dormir em hostels, para acampar ou poupar ainda mais e viajar no próprio dia, provas internacionais, equipamento topo de gama, treinador, quando, raras vezes, não é voluntário também.

Um país onde não temos os melhores políticos do mundo, nem as melhores empresas, nem nada. Verdade seja dita, tivemos o melhor CEO do mundo, mas a empresa faliu e foi vendida a estrangeiros. Mas nas Olimpíadas, abaixo de bronze é derrota pesada.

De quatro em quatro anos, no meio das ofensas a quem faz do desporto a sua vida, neste ocioso país, parece que se quer falar de política desportiva. Mas afinal, não. À falta de cultura olímpica, à falta de cultura desportiva, vamos continuar a deixar que os nossos políticos e dirigentes desportivos trabalhem para as medalhas como um fim, e não como um meio para a promoção da prática desportiva.

Afinal, disto tudo, ninguém quer saber. Desporto, desporto, é sermos campeões europeus de futebol e toca a assinar  canais desportivos bem pagos que as ligas de futebol já começaram. Está aberto o novo ciclo olímpico do gaming, do mapling, do zapping e do haltere de balcão, para quem gosta de desportos outdoor. Daqui a quatro anos, certamente, haverá mais falhanços para apontar o dedo."

Um texto interessante com o qual estou de acordo (nao necessariamente com a ideologia politica que está na origem do texto, pois, sinceramente a politica é algo que se move ao sabor dos interesses pessoais independentemente de partidos / cores ou credos).

Retirado de : http://www.esquerda.net/artigo/o-milagre-portugues-ou-como-produzir-campeoes-sem-fazer-desporto/44147





terça-feira, 14 de novembro de 2017

A resiliência no âmbito desportivo

Introduçao

Resiliência é um termo que tem despertado a atenção e a curiosidade das pessoas em diversos segmentos da sociedade. Fala-se em estratégias resilientes, empresas resilientes, escolas resilientes, famílias resilientes e indivíduos resilientes. 

Este conceito passou a ser utilizado na Psicologia para caracterizar a capacidade humana de passar por experiências adversas sucessivas sem prejuízos para o seu próprio desenvolvimento, superando e, até mesmo, se fortalecendo diante das adversidades da vida.

A resiliência é um conjunto de processos sociais e psíquicos que ocorre em determinado período em combinação com os atributos do indivíduo, da família, do ambiente social e cultural em que ele vive.

 
 
Esta não pode ser vista como um atributo fixo do indivíduo, pois se as circunstâncias mudam, a resiliência se altera e, além do mais, os mesmos eventos negativos podem ser experienciados de maneira diferente pelo mesmo indivíduo assim como, por diferentes pessoas. 

A compreensão e a definição da resiliência a partir da interação do indivíduo com seu ambiente implicam, também, no entendimento, dos chamados fatores de risco e de proteção.

Os fatores de risco seriam os eventos negativos de vida que quando presentes aumentam a probabilidade do indivíduo apresentar problemas físicos, psicológicos e/ou sociais. Já os fatores de proteção correspondem às influencias que modificam, melhoram ou alteram respostas pessoais a determinados riscos de adaptação do indivíduo ao contexto no qual vive. 

No desporto, pode-se dizer que as pressões psicológicas e fisiológicas que estão associadas aos treinos, competições e a sua organização social mostram que o desempenho desportivo é um fenômeno complexo que é afetado pelas características individuais e por fatores ambientais. 

Portanto, devido às demandas que os atletas enfrentam para obterem sucesso na carreira, a resiliência parece ser uma característica inerente a eles, pois somente aqueles que conseguem enfrentar e superar as incertezas e angustias inerentes ao desporto de alto rendimento é que terão sucesso.


Pergunta minha : será que estamos a conseguir fazer passar esta caracteristica a nivel desportivo às camadas mais jovens e a outros niveis, como também pode ser o caso num plano familiar e social?