sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sobre a alta competiçao ou simplesmente pela prática desportiva com objetivos de sucesso

Um estudo feito numa outra modalidade (adaptado ao remo)
 
 
Sem dúvida, que o desporto e a atividade física em geral são uma das principais atividades da nossa sociedade que captam a atenção de milhares de pessoas seja através da sua prática ou simplesmente como espetadores das mesmas.
 
Porém, quando a prática desportiva se inicia em idades muito jovens, o atleta passa a ter no seu quotidiano duas atividades de grande exigência que, quando desempenhadas em simultâneo, podem colocar-lhe bastantes dificuldades, nomeadamente na conciliação dos estudos com os treinos.
 
O remo é uma das modalidades mais rigorosas, diria até das mais exigentes, onde a tentativa de ir mais longe, de atingir um nível de excelência desportiva, implica um processo de muitos anos de treino, de muita dedicação e sacrifício.
 
 

 

O que para um jovem atleta, cuja rotina implica sair da escola, ir treinar, chegar tarde a casa e ainda ter de estudar, se pode tornar bastante desgastante e consequentemente levar ao abandono escolar ou da própria modalidade.
 
Assim, a presente investigação procurou perceber se os atletas conseguem conciliar o sucesso desportivo com o sucesso escolar, expondo as dificuldades e os apoios sentidos pelos mesmos ao longo da sua carreira desportiva, bem como analisar e comparar o percurso desportivos de atletas de diferentes níveis de performance.
 
Entre atletas entre os 15 e 30 anos, sendo simultaneamente estudantes, verifica-se:
 
Quanto aos apoios e dificuldades sentidas pelos atletas na conciliação do desporto com os estudos, as principais conclusões apontam que:
1) os atletas afirmam ter dificuldades em conciliar o sucesso nos estudos com o desporto de alto rendimento;
2) as maiores dificuldades sentidas para conciliar os estudos com o desporto, são a conciliação dos horários, a falta de tempo e ainda o esgotamento físico e psicológico;
3) a família, comparando-a com as outras instituições (escola/clube/federação), é a que mais apoia os jovens atletas, fornecendo segundo os atletas um apoio incondicional (apoio financeiro, emocional, médico e logístico);
4) mais de metade dos elementos da amostra declararam não ter qualquer conhecimento das medidas de apoio existentes para atletas de alto rendimento e poucos usufruem das mesmas;
5) consideram que não seriam melhores atletas se não estudassem, havendo no entanto uma tendência para sentirem que seriam melhores alunos se não competissem.


 
Relativamente ao estudo da carreira desportiva, verificou-se que:
1) não existiu qualquer influência dos pais quer no início da carreira desportiva, quer na escolha desportiva dos filhos, estes envolveram-se no desporto por vontade própria;
2) a eleição dos atletas para início da prática desportiva dividiu-se pelo clube e a escola, tendo a maioria praticado apenas uma modalidade ao longo da sua carreira desportiva;
3) existe uma relação entre o tempo dedicado ao treino e o rendimento alcançado quando considerado para a análise a idade dos atletas, os anos de prática desportiva, o número de treinos e o número de horas de treino semanais;
4) verificou-se um aumento gradual da frequência semanal de treino proporcional ao aumento da idade dos atletas;
5) quanto aos fatores que contribuíram para o seu sucesso desportivo os atletas atribuíram maior importância à predisposição para treinar, à motivação para ganhar e à ajuda do treinador.
 
Em termos genéricos, podemos concluir que a exigência desportiva verificada nos atletas de alta competição pode de facto influenciar a sua prestação escolar.
 
No entanto, não podemos apontar o desporto como causador de insucesso escolar, pois verificamos que, para que os atletas consigam conciliar as duas atividades, é importante e necessário que as instituições coloquem em prática as medidas regulamentadas, cumprindo assim o que está estabelecido na lei para estes jovens atletas, e consequentemente ajudando-os na sua formação académica.


 
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Quanto a atletas/trabalhadores, também pouco haverá a dizer em termos de apoio.
 
As empresas que tem nos seus quadros atletas de alta competiçao, nao dao qualquer tipo de ajuda ou muito pouca na prática desportiva do atleta.
Seja em termos de patrocinios ou no simples facilitar de horários para o treino do atleta.
 
A conclusao é que a prática desportiva ao mais alto nível, quando inserida num contexto profissional é quase incompativel, tendo o atleta a ser ele a buscar os seus horários para treinar.
 
A opçao terá que ser feita pelo atleta, ou mantém se na sua modalidade e tenta encontar as formas necessárias de apoio financeiro para a prolongar ao mais alto nivel e durante o maior tempo possivel a competiçao ou opta pelo abandono e consequente escolha da sua profissao, o habitual.....
 

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