terça-feira, 7 de abril de 2015

Um conceito diferente - O CLUBE de REMO VIRTUAL

O CLUBE VIRTUAL



A modalidade do remo, como sabemos, é cara.

Os seus custos sao suportados pelos clubes e estes tem que buscar ano após ano formas de sustentaçao (apoios/ patrocinios) para fazer face às suas despesas.

Manutençao de instalaçoes, de barcos, viagens para regatas, a sua própria organizaçao sao tudo factores de gastos enormes que a modalidade exige.

A modalidade terá poucos praticantes em Portugal.
Os clubes, contudo vao se mantendo, aparecendo poucos novos clubes. E por factores externos à modalidade, os praticantes deixam a modalidade. 

Jovens remadores, que em idade de iniciarem uma licenciatura, partem do local do clube e nao voltam, por exemplo.

Assim, vão desaparecendo os remadores. E o desporto perde com isto, já que o número de remadores no país é tão pequeno.

Apesar do esforço efectivo actual por parte da federaçao e dos clubes nacionais para incrementar a modalidade, ainda nos falta subir um patamar a nivel internacional, mas passo a passo e a médio prazo os objectivos serao atingidos.

Paradoxalmente, há países sujeitos aos mesmos tipos de problemas, onde o remo tem crescido num ritmo impressionante: os Estados Unidos, por exemplo, outra realidade económica, claro.

O que faz um remador norte-americano que não pertence a um clube ou universidade e quer competir? Como consegue remar? 
Simplesmente compra o seu barco – que tanto pode ser um skiff, um double ou até um oito – guarda-o em algum lugar e pode competir em qualquer regata, bastando pagar a taxa de inscrição. 

Não precisa ser atleta de nenhum clube, nem filiado à federação nacional, a US Rowing. 

Somente a participação em campeonatos regionais e nacionais requer filiação à confederação. 

Outra coisa importante: qualquer pessoa física pode organizar uma regata, sem precisar requerer licença de A ou de B. 

Isto permite um calendário variado, sendo comum a realização de mais de trinta regatas. 

É normal haver uma competição no sábado em uma cidade, e outra no domingo, em outra cidade distante algumas dezenas de quilômetros apenas. 

Regatas de mar misturam-se com regatas de velocidade, longa distância, 1000m, 2000m, equipas mistas, barcos olímpicos, canoas e uma variedade de tipos de barcos a remo recreativos, inclusive baleeiras, escaleres e provas para deficientes motores. 



Redwood Shores, por exemplo, palco de importantes regatas no norte da Califórnia, possui apenas 1700m e duas regatas, obrigando a utilização de dezenas de eliminatórias. 


Mas o local é lindissimo, oferece conforto ao público e abrigo do vento, por ser um braço de mar abrigado. O que importa é gerar uma grande massa populacional praticante utilizando todos os recursos disponíveis.

Num toque de brilhante senso de oportunidade, é comum as regatas destinarem uma prova à participação exclusiva dos patrocinadores.

Seja num escaler ou num quatro-com, os funcionários e convidados dos patrocinadores podem sentir a emoção de competir em remo. 

Às vezes há a necessidade de iniciá-los no desporto e a prova é arduamente disputada, entre enforcadelas e escapadas de carrinho, numa voga de 24 rem/min, com intensa participação do publico. 

Depois de tal inesquecível peripécia, dificilmente o patrocinador deixa de voltar no ano seguinte.

Todas essas facilidades levam à criação de CLUBES VIRTUAIS

Trata-se de um grupo de remadores, ou de só um remador, que não tem clube com sede física, nem estatuto, nem diretores, nem lancha, nem técnico. 

Às vezes não tem nem barcos,tem apenas a vontade de remar.

Então, como eles fazem? Resposta: se não tem barco,alugam um. 


Se for preciso, tratam de obter de alguma forma o direito de usar as instalações de um clube que já existe. 

Mas, se for skiff, por exemplo, ele pode ir da garagem da casa para o teto do carro e dali direto para a água, e vice-versa.

Carros com barcos a remo em cima são uma visão comum nas estradas dos EUA. 

Se necessitarem de um técnico, contratam um, temporário, ou participam de alguma das dezenas de clínicas de remo existentes no país de abril a outubro, em que é possível passar lá uma semana sendo acompanhado, treinado, filmado e analisado por algum técnico de renome ou atleta de calibre mundial.

Um exemplo desta forma de atuar é o Kent Mitchell Rowing Club.

O seu patrimônio resume-se a um único barco, um oito Vespoli, com os remos, que fica num cavalete a céu aberto.

É um "clube" sem sede e sem nada, exceto o barco. Mitchell é um timoneiro, dono de duas medalhas olímpicas de ouro e uma de bronze, obtidas no dois com (1960, 64 e 68). 
Ele dedica-se a formar equipas com ex-campeões olímpicos e mundiais para uma determinada regata. 

No seu computador pessoal, ele possui o histórico desportivo de todos os grandes remadores, sabe quem está em forma ou não, e só chama os melhores. 

Ser convidado por ele é uma honra e a vitória é quase certa.

Uma realidade diferente da nossa..... 

Contudo uma forma diferente de ver o remo e interessante.

A reflectir......

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