quarta-feira, 27 de abril de 2016

As potencialidades de um clube desportivo escolar - possivel na modalidade do remo?

 CDE's na modalidade do remo

A criação de clubes desportivos escolares (CDE) pode contribuir para um novo papel da escola na formação do desportista, em especial nas etapas iniciais do processo de formação. 

 

Questao pertinente é se podemos adaptar um clube de remo ou a nossa própria modalidade à "filosofia" do clube desportivo escolar. A ideia é ter uma ligaçao directa entre as atividades / disciplinas fisicas da escola e o clube em questao, à modalidade em questao.

 

Entende-se que o clube desportivo escolar pode ter distintas modalidades. 

 

É crença convicta que a promoção da prática desportiva em ambiente escolar pode servir como estímulo a uma maior responsabilização dos deveres e dos direitos dos alunos na escola, na família e na sociedade. 

 

Apresenta-se de forma sumária algumas potencialidades do CDE:

  1. Organização das práticas desportivas por níveis de aprendizagem
    A Educação Física curricular, os jogos inter-turmas, os núcleos de desporto escolar com e sem competição, o desporto federado, podem e devem coexistir de forma articulada e continuada por forma a responder às várias etapas de formação dos jovens e aos objectivos de cada um dos sectores e áreas. Os jogos e as competições nestes escalões também devem ser adaptados às necessidades e aos níveis de aprendizagem dos atletas.

  2. Aproveitamento e rentabilização das instalações desportivas com horários compatíveis
    Se as instalações desportivas susceptíveis de promoverem a prática desportiva estão afectas às escolas é natural e desejável que a gestão das mesmas seja feita de forma criteriosa e adequada aos projectos escolares. Cabe a cada escola encontrar o seu próprio modelo de organização dos horários de treinos de acordo com a sua realidade.

  3. Maior ligação entre a actividade desportiva e a actividade escolar curricular.
    O CDE pode servir para que os pais participem com maior intensidade na vida escolar dos seus filhos desde que haja uma preocupação comum de formar bons alunos e bons atletas. O desporto, não só é perfeitamente conciliável com os estudos como também pode ajudar o aluno a ser mais responsável no cumprimento dos seus deveres escolares e familiares. Tem havido alguns casos interessantes no âmbito da modificação das atitudes, dos valores sociais e da auto-confiança, a partir de uma prática desportiva desenvolvida em ambiente educativo.

  4. Autonomia financeira e organizativa
    Com as novas oportunidades de autonomia e gestão escolar prevê-se uma maior responsabilização dos professores, dos pais e dos alunos na definição do modelo de organização escolar. A criação dos CDE, desde que seja acompanhada de autonomia financeira e organizativa poderá gerir novas receitas e uma melhoria da qualidade das práticas desportivas

  5. Especialização dos professores no desporto escolar e criação de incentivos
    O CDE é uma excelente oportunidade para os professores e alunos que gostam da escola assumirem um papel mais especializado e adequado na orientação e gestão das práticas desportivas. Se se vier a generalizar os clubes desportivos escolares é necessário não descurar vários incentivos aos professores, entre os quais uma redução horária e a diferenciação de cargos, consentânea com as necessidades dos alunos.

  6. Maior abertura da escola em relação à comunidade através do desporto.
    A prática desportiva na escola ao fim do dia e aos fins de semana poderá contribuir para promover uma maior abertura dos estabelecimentos de ensino e das suas instalações à comunidade envolvente. Uma escola aberta e dinâmica poderá ser dinamizada através de práticas desportivas de lazer e recreação.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Uma vida saudável, nao só pela prática do remo

Hábitos de vida saudável


Uma vida saudável é seguramente o maior desejo de todos nós. Afinal, sem saúde a vida altera radicalmente o seu significado. O melhor caminho para se sentir feliz, enérgico e saudável no futuro é levar uma vida feliz, enérgica e saudável no presente. Os benefícios e os prazeres produzidos são simultaneamente imediatos e a longo prazo.

Estamos cada vez mais a caminhar numa direção, onde as pessoas se apercebem, finalmente, que ser saudável é muito mais do que não estar doente.
Não podemos permitir que a vida passe por nós sem que a vivamos com energia e estímulos que nos transmitam felicidade. Devemos tornar a vida apetecível e estimulante, bastando para isso, que tenhamos uma postura assertiva, ativa e participativa perante a mesma.
Muitas vezes, não conseguimos deter o trajeto da vida. Pese embora esse facto, a vida também é fruto das nossas atitudes e comportamentos. Nós somos, por isso, o resultado das nossas vivências.

Como ter uma vida saudável?

“o que fazer para ser saudável”, “como começar uma vida saudável”, ou “como ter uma vida saudável e feliz?”, são questões colocadas, frequentemente, pelas pessoas.

Debrucemo-nos, primeiramente, sobre a questão: o que é ser saudável? Segundo a organização Mundial de Saúde (OMS) saúde é “o bem-estar físico, mental e social, mais do que a mera ausência de doença…”. Ou seja, ser saudável não é apenas a ausência de doença, mas essencialmente o bem estar físico e mental do indivíduo. Não é por acaso que a OMS define a saúde desta forma, dando à palavra um significado muito mais abrangente do que apenas o simples antónimo de doença.

Ainda que a saúde apareça, naturalmente, associada à palavra medicina, esta vai muito para além do significado que, muitas vezes, o senso comum lhe atribui, associando-a apenas, normalmente à medicina curativa. A medicina é, todavia, bem mais do que isso, pois a sua preocupação maior é a prevenção de doenças.

Os médicos estão conscientes que a prevenção é fundamental num sistema de saúde que se quer “saudável”.
 
O estilo de vida das pessoas, a má alimentação, o stress, entre outros fatores, estão a contribuir, fortemente, para agudizar os problemas. Poderíamos citar, como exemplos, a diabetes e a hipertensão arterial, doenças muito associadas aos hábitos das populações modernas.

Muitos dos problemas que a medicina moderna ajuda a solucionar poderiam ser, facilmente, evitados se fossem seguidas algumas das recomendações essências à prática de um estilo de vida saudável.


Mudar hábitos e condutas é imperativo e inadiável. Não queremos dizer com isto que devamos seguir à risca, todas as regras para uma vida saudável, como se tratasse de um plano rígido, penoso e até castrador para as pessoas. A vida deve ser vivida com intensidade e com prazer pelo que nunca devemos tornar-nos em meros aprisionados a atitudes/ comportamentos que não obstante serem mais saudáveis, seriam simultaneamente penosas e limitadoras.

A vida é feita de opções. Tome as suas em consciência, encontre o equilíbrio entre os prós e contras dos seus gostos pessoais, rumo a uma vida mais saudável e sem esquecer em última análise, que é a sua qualidade de vida que pretende melhorar.

Falamos de mudar atitudes, que nos estimulem e nos conduzam à felicidade, e concomitantemente melhorem a nossa condição de saúde. Tal nem sempre é possível, é certo, mas numa larga maioria dos casos, é perfeitamente alcançável.

A título de exemplo, imagine-se numa simples caminhada na natureza ou a saborear a sua peça de fruta preferida. São dois exemplos simples em que é completamente viável, em simultâneo, disfrutar da vida e melhorar a condição de saúde.

Alimentação, exercício físico

Viver saudável também está nas nossas mãos. Não julguemos que podemos comer quantidades excessivas de açúcar todos os dias e que caso um dia, venhamos a padecer de diabetes será, meramente, uma questão do destino e de má sorte. Não podemos julgar que estando sujeitos, diariamente, a elevadas doses de stress e de forma persistente não pagaremos um dia um elevado preço por isso. Não achemos que podemos ser fumadores durante anos e não colheremos problemas respiratórios e uma degradação da nossa qualidade de vida.

As nossas atitudes fazem-se refletir mais tarde ou mais cedo na nossa saúde.
Obviamente, a nossa atitude perante a vida é um fator determinante para a tornar mais saudável. Pense a vida pela positiva e sinta-se bem consigo próprio antes de qualquer atitude.

Pelo menos, tenha em atenção duas coisas importantes. Em primeiro lugar a nutrição. Uma boa alimentação, pode fazer muito mais pela sua saúde do que aquilo que imagina. Nutrição e vida saudável são conceitos indissociáveis.

Em segundo lugar o exercício físico. Este, desde que efetuado da forma adequada, pode também melhorar imenso a sua saúde e bem estar, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida.
Pense no exercício físico como algo positivo e relaxante e não como algo rígido e “que tem de ser”. Descubra qual a atividade que mais gosta e perceba os benefícios que ela lhe pode proporcionar.


Mude apenas estes dois fatores e descubra uma vida mais saudável.
Se pretende aprofundar estes e outros temas, aconselhamo-lo a ler no nosso blog os artigos relacionados com a nutrição e os benefícios do exercício físico.

Qualidade de vida

Quantos de nós já sentimos o desconforto causado por uma simples dor de costas. Ou sentiu o incómodo causado por constipações repetitivas, muitas vezes, causadas por debilidades do nosso sistema imunitário.

Muitos exemplos poderíamos apontar, contudo, todos nós entendemos qua a doença ou o mal estar, nos diminuem, drasticamente, a qualidade de vida.

Vivemos hoje numa era onde o tempo passou a ditar as regras. A escassez de tempo, leva as pessoas a viver numa constante corrida contra esse bem precioso.

Não temos tempo para fazer uma boa alimentação, não temos tempo para fazer exercício físico, não temos tempo para falar com as pessoas, não temos tempo para muitas coisas consideradas essenciais na nossa vida. Estes comportamentos, infelizmente, são geradores de diversos problemas, acarretando graves consequências para a nossa saúde e bem estar.

Na presença destes problemas, se por um lado, as pessoas são fortemente afetadas na sua saúde, por outro lado, a sua qualidade de vida degrada-se imenso.

Em suma, diríamos que não é possível possuirmos uma boa qualidade de vida sem que tenhamos hábitos de vida saudáveis.

Longevidade saudável

A esperança média de vida há umas décadas atrás era, substancialmente, inferior.

Com as melhorias das condições de vida e dos avanços da medicina ela tem vindo a subir gradualmente. Ainda bem que assim é, pois todos nós desejamos viver melhor e por mais tempo.

O objectivo actual não é apenas viver mais anos. É ter uma saúde duradoura, isto é, levar uma vida ativa, saudável, feliz e com objectivos. Contudo, viver mais não é sinónimo de viver melhor. Muitas vezes, o aumento da esperança média de vida, faz-se à custa de tratamentos, mais ou menos sofisticados, que apesar de eficazes, degradam imenso a qualidade de vida das pessoas. Não deveríamos apenas querer viver mais, mas também viver melhor.

A longevidade também está nas nossas mãos. Acreditamos, convictamente, que devemos centrar a nossa atenção na manutenção de uma condição saudável, tomando como certo que as nossas atitudes no presente, terão um profundo impacto na nossa saúde futura.

Se quer viver saudável e por mais tempo comece hoje a tomar medidas nesse sentido, ou seja, medidas assertivas, saudáveis e que contribuam ao mesmo tempo para o seu bem estar atual.

Benefícios de uma vida saudável

Os benefícios de uma vida saudável são inúmeros para as pessoas. Não será, por isso, necessário descreve-los com exaustão, pois todos nós sabemos o quanto é gratificante sentirmo-nos saudáveis ou, então, pelo contrário o quão penoso é sentirmo-nos doentes.

No entanto, os benefícios de uma vida saudável não se ficam por aqui. Os custos com a saúde são cada vez mais incomportáveis para as pessoas, seja de uma forma direta ou indireta através dos seus impostos que são canalizados para o Serviço Nacional de Saúde.

Há estudos que demonstram, claramente que por cada euro investido em prevenção, poderemos ter um substancial retorno em poupança com os tratamentos curativos de saúde.


Ou seja, a prioridade do investimento deveria ser canalizada para a prevenção das doenças. Por outro lado, os custos sociais e económicos acarretados pelas doenças ao nível do absentismo no emprego, entre outros, têm um peso bastante significativo, com crescentes despesas em proteção social.

Saúde e bem estar

É indiscutível que existe hoje um grande enfoque na saúde curativa, onde a medicina tem evoluído, extraordinariamente, nos últimos anos. Como vimos, estes avanços da medicina trouxeram, indiscutivelmente, uma maior esperança de vida e uma melhor qualidade de vida às pessoas.

Na ausência de saúde toda a nossa vida fica condicionada e não podemos, por isso, vivê-la e saboreá-la na sua plenitude.

Devemos, pois, refletir sobre o nosso futuro, já que a nossa qualidade de vida também será o reflexo da forma como vivemos hoje.

Deverá, por isso, emergir um novo paradigma, onde a promoção da saúde e de atitudes mais assertivas por parte das pessoas permitam prevenir a doença, com enormes benefícios para a sua saúde, conseguindo melhorar a qualidade de vida e o bem estar. Em suma, pretende-se que cada um de nós desenvolva um estilo de vida mais saudável, onde se coloque em primeiro lugar a saúde.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pé de atleta no remador

CONHECER O PÉ DE ATLETA PARA FAZER A SUA PREVENÇÃO


Pé de atleta é a designação “ comum “ de um conjunto clinicamente diversificado de infecções fúngicas, que frequentemente afectam os pés dos desportistas. 

Em termos médicos a designação é tinea pedis.
 
COMO SE ADQUIRE?
 
O equilíbrio ecológico da área cutânea correspondente aos pés é em grande número de situações, bastante precário.

As particularidades morfológicas dos pés, como a existência de múltiplas pregas interdigitais, acrescidas das características oclusivas da generalidade do calçado desportivo, geram in situ um microclima específico, conducente a uma grande vulnerabilidade às infecções e aos agentes físicos e químicos. 

Os pés dos atletas são áreas cutâneas constantemente submetidas à acção do calor e humidade. 

Estes dois factores para além de constituírem o substrato básico para a colonização e desenvolvimento dos fungos, promovem localmente a maceração e fissuração da pele, o que facilita a acção dos enzimas proteoliticos dos dermatófilos e consequentemente a sua penetração na camada córnea. 

A partir daí, estão reunidas as condições necessárias para a instalação da infecção fúngica e o início de um quadro de sofrimento, muitas vezes prolongado.

OUTRAS DERMATOSES NOS PÉS DOS ATLETAS

Considerando a região topográfica dos pés, existe um grande número de dermatoses de localização plantar, que constituem diagnósticos diferenciais com o pé de atleta, de que são exemplos: os eczemas, as piodermites, a dermatose plantar juvenil, a queratolísis punctata, a desidrose, a pseudocromohidrose, a epidermólise bolhosa adquirida do adulto, etc.
 

Esta grande variedade de doenças, aconselha alguma prudência na definição dos diagnósticos das dermatoses plantares do andebolista.

Na realidade, nem tudo o que aparece nos pés de um atleta é... pé de atleta!.

A observação e a orientação terapêutica por um dermatologista é sempre indispensável.

SÃO DETERMINANTES AS MEDIDAS PREVENTIVAS!

A prevenção do pé de atleta no desportista, assenta em dois princípios:

Uso de calçado adequado. O calçado desportivo deve ser bem adaptado à morfologia do pé de cada atleta e arejado diariamente. 

É muito importante a utilização só de meias de algodão, para embebição do excesso de suor.



Medidas higiénicas. Uso de chinelos de banho próprios nas instalações sanitárias, secagem rigorosa e repetida das pregas interdigitais e ainda medidas profilácticas contra a sudação profusa - uso de anti-perspirantes.

O TRATAMENTO ADEQUADO PARA O PÉ DE ATLETA

Faz-se com a aplicação regular e diária, de manhã ou à noite, de um preparado da terbinafina: Lamisil creme.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

A epicondilite no remo e sua prevençao

A EPICONDILITE NO REMO E SUA PREVENÇÃO

epicondilite

A epicondilite ou “ cotovelo do tenista “ é uma situação lesional de sobrecarga que com bastante frequência compromete a função dos membros superiores dos remadores.
Qualquer outra actividade desportiva em que haja uma utilização repetitiva dos músculos extensores do punho e dos dedos, como no caso do andebol, do ténis de mesa, do golfe, da natação, do basebol, do lançamento do peso e do disco, do hóquei em patins e em campo, da canoagem, pode dar origem ao aparecimento do chamado cotovelo do tenista.

Neste processo é importante o remador ter a noção de que não é propriamente em nenhuma das áreas articulares do cotovelo que se apresenta a lesão, mas efectivamente apenas numa pequena área da sua face externa.

O uso repetido e com grande tensão, destes músculos do antebraço que partem da face externa do cotovelo até ao punho e dedos para promoverem os seus movimentos de extensão, provoca gradualmente minúsculas lacerações na sua área de inserção óssea na referida face externa do cotovelo, mais precisamente numa eminência designada por epicôndilo.

QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA EPICONDILITE?

A epicondilite em quase todas as modalidades desportivas onde se costuma instalar, começa como uma ligeira impressão dolorosa, geralmente localizada na face externa do cotovelo e que se estende pelo terço proximal da face externa do antebraço. 


Quando se continua a usar o antebraço em sobrecarga repetitiva, a zona magoada torna-se bastante dolorosa até no repouso nocturno, mas e principalmente ao toque ou à pressão e claramente, sempre que haja solicitação dos músculos extensores, com constantemente a dor a irradiar para baixo, chegando por vezes quase até ao punho. 

Levantar qualquer objecto, bater ou lançar uma bola, especialmente com o cotovelo estendido, torna-se muito doloroso e quase impossível, mesmo para cargas não muito elevadas. Gestos simples como o simples abrir a maçaneta de uma porta, tornam-se impossíveis.

Para que o remador possa ter a noção de que o desconforto ou a dor que sente no seu cotovelo pode decorrer efectivamente de uma epicondilite, deve com o apoio do treinador, do instrutor, do professor ou mesmo de um dos progenitores, flectir completamente o antebraço em relação ao braço/ombro, como que para " fazer musculo " e logo de seguida estende-lo em rotação externa máxima (supinação), com a palma da mão sempre bem virada para cima. Se existir um processo de epicondilite, sente de imediato uma dor maior ou menor sobre a zona externa, logo que o antebraço se começa a esticar. 

Para reforçar o resultado deste teste simples, o atleta pode também fazer a flexão do seu punho sobre o antebraço, mantendo-o sempre com a face palmar voltada para cima e com o cotovelo na posição de extensão completa. Em caso de epicondilite esta manobra é igualmente bastante dolorosa para o atleta.

O QUE PODEMOS FAZER PARA CONTRARIAR OU ANULAR A EPICONDILITE?

Perante uma epicondilite de menor ou maior agressividade, é importante parar de imediato a actividade e não a retomar até que a dor tenha desaparecido completamente. Isto pode muito frequentemente demorar várias semanas, mas no entanto o repouso é o melhor tratamento. Para além disso o atleta deve usar o antebraço, o punho e a mão o menos possível de modo a terem condição adequada para que se cure a patologia inflamatória no epicondilo.

Para aliviar a dor, pode utilizar-se uma massagem com gelo na área dorida durante 20 minutos, pelo menos duas a três vezes por dia. Este procedimento deve ser feito durante vários dias seguidos e até haver melhoria com consistência. A massagem da zona magoada pode igualmente ser útil por aumentar a circulação sanguínea nos músculos lesionados.

Tomar um anti-inflamatório não esteroide (apenas por indicação do ortopedista) reduz a dor e a tumefacção. Não infrequentemente poderá também haver a necessidade de se levar a efeito uma ou duas injecções na zona comprometida, com um anestésico local e com betametasona, já que os resultados são bastante duradouros.


Posteriormente e após a regressão da dor, mas de modo progressivo, o remador deve então começar a fazer pequenos exercícios de alongamento dos extensores de modo a melhorar o equilíbrio e o balanço muscular da mão e do punho.

Na sequência de um episódio de epicondilite, para evitar recidivas futuras, o remador deve considerar sempre a possibilidade de manter um ciclo de lições regulares com um professor, instrutor ou treinador de modo a continuadamente melhorar a técnica e o gesto desportivo. A correcção do "grip" é atitude determinante na prevenção.

Por vezes uma banda de compressão em velcro, colocada no antebraço, imediatamente abaixo do cotovelo (três dedos), ajuda a proteger a inserção dos músculos epicondilianos, da grande tensão repetitiva com um efectivo esbatimento das forças exercidas, quando se reinicia a prática desportiva.

Nas situações recorrentes e ou refractárias ao tratamento médico conservador anteriormente descrito, há necessidade de se recorrer ao tratamento cirúrgico e nestas circunstância a sua efectivação deve ser levada a efeito o mais precocemente possível.


Este desenvolve-se em ambiente de "cirurgia de dia", com utilização de anestesia loco-regional. A recuperação funcional, tem em média um período de 21 dias e os resultados são excelentes e definitivos.
No entanto, antes de se tentarem tratar a si próprios, os remadores devem procurar um médico ortopedista, de modo a terem a certeza de que as suas queixas dolorosas na face externa do cotovelo se enquadram num processo de uma epicondilite e não de outra afecção.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Remo : Uso de suplementos e hidratação aumentam o desempenho

Com categorias de peso, o remo exige um alto gasto energético e volume de treino. 

Atletas de elite treinam em média seis vezes por semana, duas vezes ao dia. 

Além de atividades de resistência (remo, bicicleta, corrida) fazem também treinamento de força, como a musculação.

As competições são de alta intensidade, força muscular e explosão. 

Por ser uma modalidade com categoria por peso, muitos atletas usam técnicas rápidas para perda de peso em datas próximas às provas, comprometendo o seu rendimento, diminuindo a potência e a hidratação, levando riscos à saúde

A redução de peso deve ser feita através da queima de gordura corporal e não com perda de massa muscular e água, como normalmente acontece com a prática de dietas restritivas (dietas de baixo valor calórico ou dieta cetogênica por exemplo). 

Pan 2015: Fabiana Beltrame é prata no remo (Foto: Gaspar Nobrega/Inovafoto)

O ideal seria a manutenção de um peso próximo à categoria ao longo do ano para que não haja necessidade de estratégias radicais.

Como é uma prova relativamente rápida, a maior preocupação é com a alimentação do dia a dia

Os alimentos e suplementos devem ser utilizados antes, durante e após o treino. Não existe reposição de líquidos, eletrólitos ou carboidratos durante a competição. 

O maior papel na elaboração de estratégias nutricionais em relação à alimentação e suplementação ocorre nos treinos e dias que antecedem e sucedem a competição.

Os principais objetivos das estratégias nutricionais são: recuperação do glicogênio muscular e hepático, manutenção da glicemia, aumento da massa muscular e retardar a fadiga durante o exercício

Os baixos níveis de glicogênio muscular e hepático podem levar a fadiga, diminuição do rendimento e exaustão.

Novamente : Importância da hidratação

É uma questão importante e negligenciada em inúmeras modalidades desportivas. 

mulher bebendo água eu atleta (Foto: Getty Images)O stresse do exercício pode ser acentuado pela desidratação, que aumenta a temperatura corporal e pode prejudicar as respostas fisiológicas e o desempenho físico, com riscos para a saúde. Esses efeitos podem ocorrer mesmo que ela seja moderada agravando-se à medida em que ela se acentua. 

A desidratação acima de 2 a 3% de perda do peso corporal pode afetar a performance aeróbia e o desempenho mental/cognitivo principalmente em ambientes quentes. Em torno de 4 a 6% de perda de peso corporal pode ocorrer fadiga térmica; a partir de 6% existe risco de choque térmico, coma e morte.

A média recomendada é de 400 a 800ml de água por hora (recomendação “extrapolada” da maratona).  

Como pode ser feita a individualização da hidratação:

• Antes de sair para o treino beba de 200 a 500 ml de água
• Leve uma garrafa com água (um litro) no barco
• Se pese antes de começar o treino e anote o peso
• Se pese imediatamente após o treino e anote o peso
• Anote por quanto tempo treinou e o quanto bebeu de líquido

O ideal é que o atleta não ganhe mais que 1% do peso e não perca mais do 1 % do peso corporal, sinal que conseguiu repor as perdas do suor com a ingestão de líquidos durante o treino.

Como exemplo: 
Um atleta de 70kg, após um treino de uma hora só pode perder até 700g de peso corporal (perda de peso maior é considerada desidratação).

Qual o suplemento a utilizar, quantidade/dose e em qual momento deve ser usado depende da fase do treino, duração, intensidade e objetivos a serem alcançados:

• Suplementação de carboidratos durante treino acima de uma hora: gel, jujuba e bebida esportiva. Utilizar 30 a 60g de carboidratos por hora.
• Whey protein/ proteína da soja, da ervilha ou do arroz: para aumento da massa muscular, diminuir o catabolismo proteico, acelerar a recuperação muscular.
• Para recuperação (suplementos proteicos associados a carboidratos)
• Suplementos prontos (R4, Endurox, Accelerade, Recovery...), Whey protein + dextrose, entre outras combinações.  

BCAA:
Para evitar o catabolismo proteico e retardar a fadiga, melhora a sensação de dor e acelera a recuperação muscular.

Beta-alanina:
Ação tamponante, remove os íons H+/ diminui a acidez muscular e tem como objetivo atrasar a ocorrência da fadiga muscular.  


Glutamina: 
Atua na imunologia, alimenta as células intestinais, melhora a absorção intestinal, regula a síntese e degradação proteica. Atua na manutenção do equilíbrio ácido-base.

Creatina:
deve ser utilizada na fase de treino onde o objetivo é o ganho de massa muscular, aumento da força e potência, redução da acidez muscular e atenuando a fadiga. Bom para “tiros” ou “sprints” e aumento da massa muscular/ hipertrofia muscular.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

A hidrataçao no remador

Beber liquidos


A gestão da ingestão de líquidos e electrólitos é provavelmente o aspecto mais negligenciado pelo atleta amador ou até mesmo pelo profissional.

Durante o desenvolvimento do exercício físico, a actividade metabólica pode aumentar até vinte vezes mais. 

Muita da energia dispendida, é libertada na forma de calor e este é proporcional á intensidade do exercício.

Este calor é dissipado do corpo do atleta quer por irradiação, quer pela evaporação do suor. 

Cada grama de suor evaporado, remove aproximadamente 0,6 kilocalorias, pelo que a sudação é a forma mais efectiva de transferência do calor do corpo para o meio ambiente.

A produção de suor é proporcional á subida da temperatura do corpo e pode exceder os dois litros por hora.


No remador que não consiga por variadas razões, uma adequada termoregulação, o nível de perdas líquidas pelo suor pode ser superior ao nível de absorção de líquidos pelo intestino e nesta situação passa a haver um défice de água, instalando-se um estado de desidratação.


A desidratação deve ser sempre muito preocupante para o remador, quer pelos inerentes riscos cardiovasculares, quer pela perda de desempenho (performance) que provoca e também por ser terreno favorecedor para o desenvolvimento de lesões de sobrecarga, particularmente no tendão.

ALGUMAS NORMAS PARA CONTROLO DA DESIDRATAÇÃO

Duas horas antes do desenvolvimento da actividade física (treino ou regata), o remador deve ingerir dois bons copos de água ou de uma bebida dita “ sport drink “. 

Meia hora antes, deverá voltar a ingerir mais um bom copo. As “ sport drinks “ não podem ter mais de 8% de hidratos de carbono, de modo a não haver uma diminuição na sua absorção no intestino. 

Os sumos de fruta e as bebidas com frutose, não podem ser ingeridas pela mesma razão e por poderem provocar sérios problemas gastrointestinais durante o treino ou o jogo.

Durante o desenvolvimento da actividade física nos treinos, o remador tem necessidade de fazer ingestão a cada 15 / 20 minutos, de 200 ml de uma bebida que contenha sempre: 6 gr. de cloreto de sódio e de 60 gr. de glicose ou sacarose, por litro. 

Pode utilizar em alternativa, qualquer das “ sport drinks “ de qualidade existentes no mercado. UM REMADOR NUNCA PODE BEBER ÁGUA SIMPLES.

Do mesmo modo não pode ingerir águas minerais e ou bebidas com gás, como laranjada, gasosa, cola, etc. 

COMO FAZER A REHIDRATAÇÃO

O remador deve efectuar sempre, antes e depois do desenvolvimento do exercício físico, a sua pesagem e fazer o registo desta (em caderno próprio).

Por cada quilo perdido, deve efectuar nas 6 horas seguintes, a ingestão de 1,5 litros de uma bebida que contenha sempre: 6 gr. de cloreto de sódio e de 60 gr. de glicose ou sacarose, por litro. 


Pode ingerir água simples às refeições, desde que coma os alimentos com sal.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Fratura de fadiga no remador

O QUE SÃO AS FRATURAS DE FADIGA NO DESPORTO ?

 

As fraturas de fadiga são conhecidas já desde a antiguidade, com descrições precisas da sua presença nos soldados recrutas após marchas forçadas.


Actualmente e salvo raras excepções representam lesões resultantes do uso excessivo e inadequado, cada vez mais frequentes no meio desportivo (cerca de 5% das consultas em medicina do desporto), devido ao aumento da carga de trabalho imposta pela cada vez maior competitividade.


Envolvem grande número de atletas, sendo responsáveis por diminuição do rendimento desportivo e às vezes mesmo por situações de resolução difícil.


Sabe-se que microtraumatismos repetidos, um treino intenso e prolongado, uma retoma desportiva após paragem sem preparação adequada, o calçado inadequado (muito usado ou sem características específicas), o terreno impróprio (muito duro), ou mesmo certas doenças gerais, como o hiperparatiroidismo e osteoporose, ou ósseas ou hormonais, podem causar ou favorecer o seu aparecimento.


Com a solicitação exagerada do tecido ósseo verifica-se fragilização local do mesmo com o aparecimento de pequenas rupturas da cortical.


São fraturas ósseas completas ou incompletas que se encontram em osso normal, quando sujeito a grandes solicitações (quer a grande número, quer a grande carga), sem no entanto haver história de um traumatismo único de intensidade suficiente para produzir uma lesão semelhante.


Afectam sobretudo o adolescente e o adulto jovem, embora possam aparecer em qualquer idade, estando relacionadas directamente com a carga de treino ou competição e não têm predilecção por qualquer sexo (afectam de igual modo ambos os sexos).

  
A localização mais frequente é na tíbia (50%), nos metatársicos (10%); no escafóide társico (15%), no perónio (12%). 

Em menor e irregular percentagem, o fémur, as vértebras, a bacia, as costelas, a clavícula, o úmero, o cúbito, a rótula e mesmo os sesamóides.


QUAL A QUEIXA PRINCIPAL NUMA FRACTURA DE FADIGA ?


A característica clínica principal é centrada numa dor que surge com o movimento e desaparece com o repouso.


Normalmente é localizada fora das articulações (que estão normais), surgindo cerca de 15 dias após o aumento da carga de trabalho, de forma progressiva e dificultando ou impedindo mesmo a actividade desportiva habitual (por vezes, mesmo as actividades do dia-a-dia). 

Esta dor acompanha-se às vezes de sinais inflamatórios locais, com defesa à palpação e quando no membro inferior, motivando claudicação.


O diagnóstico é feito com base na clínica e também em alguns meios imagiológicos (radiografia, cintigrama, e RM). 

A radiografia faz o diagnóstico em 50% dos casos mas só é positivo a partir da 3ª/4ª semana. 

Por vezes são necessárias incidências complementares (oblíquas, axiais, tangenciais) e mesmo tomografias para poder mostrar uma solução de continuidade e até um calo ósseo exuberante. 

O cintigrama osteo-articular é muito sensível, sendo positivo logo nos primeiros dias, mas pouco específico, pois muitas outras situações podem dar imagens semelhantes. 

A Ressonância Magnética só excepcionalmente será usada e principalmente para diagnóstico diferencial com outras situações semelhantes.


QUAL O TRATAMENTO PARA AS FRATURAS DE FADIGA ?


Para a generalidade das fraturas de fadiga o tratamento consiste simplesmente na suspensão da actividade desportiva em associação a uma relativa diminuição da actividade em geral. 

Quando no membro inferior pode haver necessidade de descarga parcial para alivio da sintomatologia álgica ou excepcionalmente até mesmo de imobilização com aparelho gessado.

A dieta deve ser melhorada em termos do nível calórico, de proteínas, vitamina D e cálcio.


COMO SE PODE FAZER A PREVENÇÃO DAS FRATURAS DE FADIGA ?


A prevenção deve reger-se por uma alimentação cuidada de modo a não favorecer a obesidade e principalmente por uma progressão gradual e programada da actividade física.

Neste contexto a monitorização por parte do treinador, instrutor, professor de educação física, pais, é determinante.



A utilização da “regra dos dez”, que sugere que a intensidade e a duração de qualquer actividade física, não devam aumentar mais de 10% em cada semana, pode ser a orientação mais adequada, na prevenção destas fracturas.