terça-feira, 12 de abril de 2016

Remo : Uso de suplementos e hidratação aumentam o desempenho

Com categorias de peso, o remo exige um alto gasto energético e volume de treino. 

Atletas de elite treinam em média seis vezes por semana, duas vezes ao dia. 

Além de atividades de resistência (remo, bicicleta, corrida) fazem também treinamento de força, como a musculação.

As competições são de alta intensidade, força muscular e explosão. 

Por ser uma modalidade com categoria por peso, muitos atletas usam técnicas rápidas para perda de peso em datas próximas às provas, comprometendo o seu rendimento, diminuindo a potência e a hidratação, levando riscos à saúde

A redução de peso deve ser feita através da queima de gordura corporal e não com perda de massa muscular e água, como normalmente acontece com a prática de dietas restritivas (dietas de baixo valor calórico ou dieta cetogênica por exemplo). 

Pan 2015: Fabiana Beltrame é prata no remo (Foto: Gaspar Nobrega/Inovafoto)

O ideal seria a manutenção de um peso próximo à categoria ao longo do ano para que não haja necessidade de estratégias radicais.

Como é uma prova relativamente rápida, a maior preocupação é com a alimentação do dia a dia

Os alimentos e suplementos devem ser utilizados antes, durante e após o treino. Não existe reposição de líquidos, eletrólitos ou carboidratos durante a competição. 

O maior papel na elaboração de estratégias nutricionais em relação à alimentação e suplementação ocorre nos treinos e dias que antecedem e sucedem a competição.

Os principais objetivos das estratégias nutricionais são: recuperação do glicogênio muscular e hepático, manutenção da glicemia, aumento da massa muscular e retardar a fadiga durante o exercício

Os baixos níveis de glicogênio muscular e hepático podem levar a fadiga, diminuição do rendimento e exaustão.

Novamente : Importância da hidratação

É uma questão importante e negligenciada em inúmeras modalidades desportivas. 

mulher bebendo água eu atleta (Foto: Getty Images)O stresse do exercício pode ser acentuado pela desidratação, que aumenta a temperatura corporal e pode prejudicar as respostas fisiológicas e o desempenho físico, com riscos para a saúde. Esses efeitos podem ocorrer mesmo que ela seja moderada agravando-se à medida em que ela se acentua. 

A desidratação acima de 2 a 3% de perda do peso corporal pode afetar a performance aeróbia e o desempenho mental/cognitivo principalmente em ambientes quentes. Em torno de 4 a 6% de perda de peso corporal pode ocorrer fadiga térmica; a partir de 6% existe risco de choque térmico, coma e morte.

A média recomendada é de 400 a 800ml de água por hora (recomendação “extrapolada” da maratona).  

Como pode ser feita a individualização da hidratação:

• Antes de sair para o treino beba de 200 a 500 ml de água
• Leve uma garrafa com água (um litro) no barco
• Se pese antes de começar o treino e anote o peso
• Se pese imediatamente após o treino e anote o peso
• Anote por quanto tempo treinou e o quanto bebeu de líquido

O ideal é que o atleta não ganhe mais que 1% do peso e não perca mais do 1 % do peso corporal, sinal que conseguiu repor as perdas do suor com a ingestão de líquidos durante o treino.

Como exemplo: 
Um atleta de 70kg, após um treino de uma hora só pode perder até 700g de peso corporal (perda de peso maior é considerada desidratação).

Qual o suplemento a utilizar, quantidade/dose e em qual momento deve ser usado depende da fase do treino, duração, intensidade e objetivos a serem alcançados:

• Suplementação de carboidratos durante treino acima de uma hora: gel, jujuba e bebida esportiva. Utilizar 30 a 60g de carboidratos por hora.
• Whey protein/ proteína da soja, da ervilha ou do arroz: para aumento da massa muscular, diminuir o catabolismo proteico, acelerar a recuperação muscular.
• Para recuperação (suplementos proteicos associados a carboidratos)
• Suplementos prontos (R4, Endurox, Accelerade, Recovery...), Whey protein + dextrose, entre outras combinações.  

BCAA:
Para evitar o catabolismo proteico e retardar a fadiga, melhora a sensação de dor e acelera a recuperação muscular.

Beta-alanina:
Ação tamponante, remove os íons H+/ diminui a acidez muscular e tem como objetivo atrasar a ocorrência da fadiga muscular.  


Glutamina: 
Atua na imunologia, alimenta as células intestinais, melhora a absorção intestinal, regula a síntese e degradação proteica. Atua na manutenção do equilíbrio ácido-base.

Creatina:
deve ser utilizada na fase de treino onde o objetivo é o ganho de massa muscular, aumento da força e potência, redução da acidez muscular e atenuando a fadiga. Bom para “tiros” ou “sprints” e aumento da massa muscular/ hipertrofia muscular.


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