terça-feira, 22 de março de 2016

Para atençao à atleta de remo - A Triada da Remadora


A TRÍADA DA REMADORA


As inegáveis vantagens e benefícios da prática da actividade física e desportiva desenvolvida pela mulher ou pela rapariga, são por demais muito bem conhecidos e reconhecidos.

A actividade física regular ajuda a construir e a reforçar a resistência óssea, a baixar a pressão arterial e os níveis de colesterol, a diminuir a ansiedade e os sintomas da depressão, a controlar o peso e a desenvolver a massa muscular.

Todos esses benefícios podem ser conseguidos nas devidas proporções, quer com uma prática moderada, ou quer com uma intensa actividade de exercício físico.

No entanto quando à prática de uma actividade física muito intensa, se associa uma ingestão calórica inadequada e insuficiente, podem desencadear-se graves complicações no organismo da atleta e instalar-se uma situação clínica complexa, designada por a tríada da atleta.

Esta tríada é um complexo processo patológico que quando envolve a atleta, apresenta-se com um permanente inter-relacionamento entre as alterações no seu ciclo menstrual, uma ingestão calórica inadequada e uma baixa densidade óssea. Nesta situação a atleta pode ver-se envolvida com apenas um ou mais que um, destes componentes.

AS ALTERAÇÕES NO CICLO MENSTRUAL

Os distúrbios menstruais nas atletas, podem oscilar entre situações com ciclos com perdas mensais reduzidas mas quase normais, designadas de oligomenorreicas e as situações com completa ausência de período, designadas por amenorreicas.

Os baixos e irregulares níveis de estrogéneos que se associam à oligomenorreia ou à amenorreia das atletas, afectam de modo adverso a sua função muscular, os seus níveis do colesterol e mesmo a sua função reprodutora.


A INGESTÃO CALÓRICA 

É importante a atleta ter a noção de que na sua ingestão calórica diária uma parte destina-se a uma função energética e uma outra, a uma função plástica, a designada “energia disponível”, que possibilita algumas importantes funções no organismo, como o crescimento, a reprodução, o desenvolvimento.

A educação alimentar na atleta é determinante, pois esta tem que ter a noção correcta das suas necessidades calóricas diárias para os variáveis níveis de exercício desenvolvido. 



No entanto na atleta com distúrbios alimentares, tais como a anorexia ou a bulimia, a “energia disponível” sendo ou podendo ser inexistente, compromete seriamente todo o organismo e o seu desempenho.

A DENSIDADE ÓSSEA

A atleta afectada pela tríada, pode apresentar uma densidade óssea muito mais baixa do que a média prevista para a sua idade, para a sua raça e até para o grupo populacional a que pertence. Pode inclusivamente apresentar um valor tão baixo, já enquadrável num osso na fase inicial da osteopenia ou até mesmo da osteoporose.

Nestas situações e como consequência, o risco de fracturas de fadiga passa a ser elevadíssimo.


Na atleta adolescente em que o osso ainda se apresenta em crescimento e formação, uma alteração deste tipo na sua densidade óssea, pode comprometer o mesmo para sempre e dar origem a fracturas patológicas na menopausa.

Quanto mais tempo durarem as perturbações no ciclo menstrual da atleta, maior será o risco de fracturas de fadiga.

QUE ATLETAS APRESENTAM UM RISCO ACRESCIDO PARA A TRIADA?

As atletas envolvidas na alta competição, nos desportos de elevada resistência ou nos designados desportos estéticos (ginástica ou patinagem) são as mais vulneráveis, no entanto qualquer atleta em qualquer actividade desportiva e ou de educação física, pode ser afectada.

COMO APOIAR A TRIADA DA ATLETA?

Sempre que surja a suspeita de que uma atleta possa estar dependente desta situação, quer por perturbações no seu ciclo menstrual, quer por alterações no seu comportamento alimentar, quer por perda de massa gorda ou mesmo muscular, quer ainda pela presença de fracturas de fadiga frequentes e ou múltiplas, há necessidade de a atleta ser adequadamente orientada para um especialista em medicina do desporto. 


No entanto com alguma frequência há necessidade de a atleta ser também apoiada por um dietista, quando há inadequada ingestão calórica ou também por um psiquiatra especializado em perturbações alimentares.

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