O papel dos pais
Pode-se
observar assim, que os pais através do modo como mantém o contato com
os filhos, marcam o relacionamento social e o desenvolvimento emocional
da criança ao longo do tempo.
Portanto a criança sofre uma influência dos pais dentro de casa em relação a sua integração
na sociedade, o que poderá afetar os seus relacionamentos
mais tarde com companheiros na convivência social.
Tende-se a dizer que o pai constitui um
agente facilitador das tendências biológicas à masculinidade para o
menino, e a mãe um agente facilitador das tendências biológicas à
feminilidade para a menina, ou seja os pais tornam-se um espelho para os
filhos.
As observações de diferentes grupos de uma
determinada sociedade (diferença essa que pode ter diversas origens,
como por exemplo, nível sócio econômico ), mostra que a relação dos pais
com os filhos, difere bastante, em vários aspectos.
Em qualquer cultura o tipo de educação que cada pai confere a
seu filho, acaba interferindo e relaciona-se directamente com a personalidade
da criança, sendo alguns pais autoritários, outros liberais, e assim por
diante.
Pode-se incluso, falar de diversos estilos
educativos.
Esse estilos são basicamente dividido em dois eixos: o eixo
amor versus hostilidade e o eixo autonomia versus controle.
A partir
desses eixos conjugados entre eles, pode haver a possibilidade da
formação de outros estilos educativos.
Outra questao é a
exigência dos pais face à resposta do filho, e aqui é onde que acontece a maioria
dos conflitos, pois, quando um exige um certo nível de cobrança o outro
responde abaixo do esperado; podendo assim haver uma interpretação
errada da situação gerando um conflito que pode ter conseqüências não
esperadas, no que toca ao relacionamento não só entre eles mas, com os
demais.
A Psicologia do Desenvolvimento já
demonstrou que as atitudes dos pais em diferentes contextos irão
influenciar os comportamentos dos filhos muito mais do que as palavras
proferidas.
Muitos comportamentos das crianças são aprendidos por
simples observação e até por imitação dos seus progenitores.
Quando nascem, infelizmente as crianças
não vêm com um manual de instruções de envolvimento no desporto.
Além disso, à medida que as crianças se
desenvolvem e amadurecem, o papel dos pais no desporto muda.
Pesquisas verificaram que os pais podem desempenhar um papel altamente positivo e/ou negativo na experiência desportiva das crianças, adolescentes e jovens.
O desafio é identificar
as formas com que os pais podem afetar positivamente a experiência das
crianças e encorajálos a empregarem essas práticas.
Simultaneamente,
deve-se observar as ações negativas e facilitar os esforços para
eliminá-las.
A maioria das pessoas só pensa na parte bonita do desporto, no glamour, no dinheiro e na fama.
No entanto, isso, na carreira de um atleta de alto nível, é raro.
Comum é uma vida de privações, de momentos solitários longe da família e dos amigos.
Situações que costumam ocorrer muito cedo na vida de jovens desportistas.
A vida deles não é simples. Geralmente, eles se dividem em duplas jornadas.
A primeira na escola, onde, muitas vezes, não têm tempo para se dedicar, mas são cobrados por um bom desempenho.
A segunda, na modalidade. Então, sobra pouco tempo para tarefas diferentes, festas, namoros, amizades. Comum na vida deles é a pressão por resultados, o stress, a ansiedade, o cansaço físico e mental.
Muitos atletas saltam etapas importantes do desenvolvimento emocional.
Competição em demasia não contribui para um amadurecimento psicológico adequado. Não são todos os que conseguem se adaptar a essas situações.
Nesses aspectos os pais deveriam ser o porto seguro dos seus filhos e não geradores de mais angustias.
Se o pai entende da modalidade que seu filho pratica, isso, às vezes, pode ser um agravante, por querer interferir nas atuações de uma parte técnica.
Com filhos de ex-atletas, essas situações podem ser piores.
Suas carreiras podem servir de exemplos, mas não como diretrizes. Afinal, pais e filhos são pessoas diferentes e os momentos também não são os mesmos, as circunstâncias e as contingências da vida são outras.
Cuidado, a trajetória de um familiar ex-atleta pode ser completamente diferente das necessidades atuais de um jovem iniciante.
A pressão de um desporto individual
Em desportos individuais, geralmente ensinamos os jovens a se esforçar ao máximo, aprender a controlar o stress, competir sob pressão e testar o equilíbrio físico e emocional. Ao mesmo tempo, isso pode criar uma autocobrança que, se não tratada adequadamente, pode ser prejudicial.
Já nos desportos coletivos, como o remo, o rendimento
desportivo geralmente depende de uma cooperação entre diferentes atletas.
Nos individuais, a pessoa não divide as responsabilidades com ninguém.
Portanto, será que os atletas jovens já não se pressionam em demasia?
Pequenos conselhos de comportamento para os pais:
– Premie o
esforço e o trabalho duro antes do êxito. Faça com que seu filho se
sinta valorizado e reforce sua autoestima, especialmente quando ele
perde. Evite criticar os resultados.
– Dê a seu filho responsabilidades
que, com o tempo, aumentarão sua autoconfiança e independência. Não
deixe que ele dependa demasiadamente de si.
– Assegure-se de que a
competitiçao seja uma experiência positiva para o seu filho,
fundamentalmente no desenvolvimento pessoal. Enfatize aspectos
importantes, tais como: o desportivismo, ética, a melhoria pessoal,
responsabilidade.
– Evite que o treino e a competição se convertam numa experiência negativa para si e para seu filho.
– Não faça vista grossa aos
comportamentos inadequados de seu filho. Deve estar
atento e interferir imediatamente no caso de ele portar mal e tenha uma
conduta inaceitável.
– Esteja preparado para apoiar e
ajudar emocionalmente, especialmente quando seu filho tiver problemas.
Evite usar o castigo, a falta de carinho, afeto e amor como meios para
que seu filho se esforce mais ou treine mais.
– Não aumente o sentimento de culpa
do jovem, fazendo-o perceber que deve a si, tempo, dinheiro ou outros
sacrifícios que tenha feito por ele.
– Assista às suas regatas e mantenha a
calma tanto em situações positivas quanto negativas, para mostrar que,
independentemente do resultado, se interessa e valoriza o esforço. Enfatize o
fato de que, ganhe ou perca, o seu carinho por ele será igual. Evite ficar
com raiva ou tratá-lo de modo diferente quando perder.
No final, mantenha-se no seu papel de pai. Evite ser o "técnico do seu filho".
E acima de tudo, apesar de como pais, praticarmos um desporto que gostamos, nao quer dizer que o nosso filho queira seguir o mesmo caminho e ser desportista.
Apenas, retiremos o que de bom o desporto, a modalidade nos ensina e transmitamos esses valores a(à)o nosso(a) jovem "atleta".
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