terça-feira, 8 de março de 2016

Pais no desporto - no remo

O papel dos pais



Pode-se observar assim, que os pais através do modo como mantém o contato com os filhos, marcam o relacionamento social e o desenvolvimento emocional da criança ao longo do tempo.

Portanto a criança sofre uma influência dos pais dentro de casa em relação a sua integração na sociedade, o que poderá afetar os seus relacionamentos mais tarde com companheiros na convivência social. 

Tende-se a dizer que o pai constitui um agente facilitador das tendências biológicas à masculinidade para o menino, e a mãe um agente facilitador das tendências biológicas à feminilidade para a menina, ou seja os pais tornam-se um espelho para os filhos. 

As observações de diferentes grupos de uma determinada sociedade (diferença essa que pode ter diversas origens, como por exemplo, nível sócio econômico ), mostra que a relação dos pais com os filhos, difere bastante, em vários aspectos.

Em qualquer cultura o tipo de educação que cada pai confere a seu filho, acaba interferindo e relaciona-se directamente com a personalidade da criança, sendo alguns pais autoritários, outros liberais, e assim por diante. 

Pode-se incluso, falar de diversos estilos educativos. 

Esse estilos são basicamente dividido em dois eixos: o eixo amor versus hostilidade e o eixo autonomia versus controle. 


A partir desses eixos conjugados entre eles, pode haver a possibilidade da formação de outros estilos educativos. 

Outra questao é a exigência dos pais face à resposta do filho, e aqui é onde que acontece a maioria dos conflitos, pois, quando um exige um certo nível de cobrança o outro responde abaixo do esperado; podendo assim haver uma interpretação errada da situação gerando um conflito que pode ter conseqüências não esperadas, no que toca ao relacionamento não só entre eles mas, com os demais. 


A Psicologia do Desenvolvimento já demonstrou que as atitudes dos pais em diferentes contextos irão influenciar os comportamentos dos filhos muito mais do que as palavras proferidas. 

Muitos comportamentos das crianças são aprendidos por simples observação e até por imitação dos seus progenitores.

Quando nascem, infelizmente as crianças não vêm com um manual de instruções de envolvimento no desporto.

Além disso, à medida que as crianças se desenvolvem e amadurecem, o papel dos pais no desporto muda.

Pesquisas verificaram que os pais podem desempenhar um papel altamente positivo e/ou negativo na experiência desportiva das crianças, adolescentes e jovens. 

O desafio é identificar as formas com que os pais podem afetar positivamente a experiência das crianças e encorajálos a empregarem essas práticas. 

 Simultaneamente, deve-se observar as ações negativas e facilitar os esforços para eliminá-las.

O desporto não é só glamour
 
A maioria das pessoas só pensa na parte bonita do desporto, no glamour, no dinheiro e na fama. 


No entanto, isso, na carreira de um atleta de alto nível, é raro. 

Comum é uma vida de privações, de momentos solitários longe da família e dos amigos. 

Situações que costumam ocorrer muito cedo na vida de jovens desportistas. 

A vida deles não é simples. Geralmente, eles se dividem em duplas jornadas. 


A primeira na escola, onde, muitas vezes, não têm tempo para se dedicar, mas são cobrados por um bom desempenho. 

A segunda, na modalidade. Então, sobra pouco tempo para tarefas diferentes, festas, namoros, amizades. Comum na vida deles é a pressão por resultados, o stress, a ansiedade, o cansaço físico e mental.

Muitos atletas saltam etapas importantes do desenvolvimento emocional. 

Competição em demasia não contribui para um amadurecimento psicológico adequado. Não são todos os que conseguem se adaptar a essas situações. 

Nesses aspectos os pais deveriam ser o porto seguro dos seus filhos e não geradores de mais angustias.

Se o pai entende da modalidade que seu filho pratica, isso, às vezes, pode ser um agravante, por querer interferir nas atuações de uma parte técnica. 

Com filhos de ex-atletas, essas situações podem ser piores. 

Suas carreiras podem servir de exemplos, mas não como diretrizes. Afinal, pais e filhos são pessoas diferentes e os momentos também não são os mesmos, as circunstâncias e as contingências da vida são outras. 

Cuidado, a trajetória de um familiar ex-atleta pode ser completamente diferente das necessidades atuais de um jovem iniciante.
 
A pressão de um desporto individual


Em desportos individuais, geralmente ensinamos os jovens a se esforçar ao máximo, aprender a controlar o stress, competir sob pressão e testar o equilíbrio físico e emocional. Ao mesmo tempo, isso pode criar uma autocobrança que, se não tratada adequadamente, pode ser prejudicial.

Já nos desportos coletivos, como o remo, o rendimento desportivo geralmente depende de uma cooperação entre diferentes atletas. 
Nos individuais, a pessoa não divide as responsabilidades com ninguém.

Portanto, será que os atletas jovens já não se pressionam em demasia?



Pequenos conselhos de comportamento para os pais:


– Premie o esforço e o trabalho duro antes do êxito. Faça com que seu filho se sinta valorizado e reforce sua autoestima, especialmente quando ele perde. Evite criticar os resultados.

– Dê a seu filho responsabilidades que, com o tempo, aumentarão sua autoconfiança e independência. Não deixe que ele dependa demasiadamente de si.

– Assegure-se de que a competitiçao seja uma experiência positiva para o seu filho, fundamentalmente no desenvolvimento pessoal. Enfatize aspectos importantes, tais como: o desportivismo, ética, a melhoria pessoal, responsabilidade.

– Evite que o treino e a competição se convertam numa experiência negativa para si e para seu filho.

– Não faça vista grossa aos comportamentos inadequados de seu filho. Deve estar atento e interferir imediatamente no caso de ele portar mal e tenha uma conduta inaceitável.

– Esteja preparado para apoiar e ajudar emocionalmente, especialmente quando seu filho tiver problemas. Evite usar o castigo, a falta de carinho, afeto e amor como meios para que seu filho se esforce mais ou treine mais.

– Não aumente o sentimento de culpa do jovem, fazendo-o perceber que deve a si, tempo, dinheiro ou outros sacrifícios que tenha feito por ele.

– Assista às suas regatas e mantenha a calma tanto em situações positivas quanto negativas, para mostrar que, independentemente do resultado, se interessa e valoriza o esforço. Enfatize o fato de que, ganhe ou perca, o seu carinho por ele será igual. Evite ficar com raiva ou tratá-lo de modo diferente quando perder.



No final, mantenha-se no seu papel de pai. Evite ser o "técnico do seu filho".
E acima de tudo, apesar de como pais, praticarmos um desporto que gostamos, nao quer dizer que o nosso filho queira seguir o mesmo caminho e ser desportista. 

Apenas, retiremos o que de bom o desporto, a modalidade nos ensina e transmitamos esses valores a(à)o nosso(a) jovem "atleta".

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