Janeiro/2011 - Todos os atletas que alinharam em alguma prova no último mundial no Lago Karapiro na Nova Zelândia treinaram duro para estar lá. Eles compartilharam as mesmas aspirações, sonhos e esperanças em representar os seus países na principal arena mundial do remo. Alguns tiveram que superar obstáculos como lesões e gripes, outros tiveram que superar maiores ou menores problemas físicos e psicológicos para alcançar o objetivo.
"O que não mata ajuda você a ficar mais forte", é uma frase popular utilizada tanto por treinadores como atletas no caminho para o sucesso. Porém, quando a remadora neozelandesa Fiona Paterson alinhou no double com a sua parceira Emma Feathery para vencer a final B, essa frase tinha um significado ainda mais forte.
Fi, como é carinhosamente chamada, alinhou na raia do Lago Karapiro após ter sobrevivido a um cancro no colo do útero e não tinha nenhuma dúvida sobre a sua força interior depois de tudo o que ela passou.
Foi um incrível retorno às raias e competir em frente a sua torcida não foi um momento especial somente para ela mas também para todos aqueles que a apoiaram nessa dura jornada. "Retornar após a minha doença foi realmente um esforço de equipe, algo que eu nunca poderia ter realizado sozinha".
Fiona, que é a segunda mais nova de um total de sete irmãos, cresceu em uma fazenda de criação de ovelhas em Central Otago, começou a remar em uma escola particular em Dunedin. Em 2000 ela foi convocada para a seleção junior e depois remou em várias provas de juniors e sub-23, conquistando o ouro no quad sub-23 em 2004.
Em Fevereiro de 2006, aos 22 anos de idade e após um longo período de inatividade e fadiga, foi diagnosticado o cancro de colo de utero em uma forma rara e agressiva. "Demorei mais de 6 meses para ser diagnostiscada. Eu tinha hemorragias e ficava realmente cansada o tempo todo. Eu achava que o cansaço era devido aos treinos e também sabia que o excesso de treinos pode interromper o ciclo menstrual. As minhas visitas ao ginecologista eram esporádicas. Eu deveria ter visitado o médico bem antes do problema ter sido detectado e realizar o papanicolau rotineiramente. O meu tumor tinha um tamanho de um ovo..."
Seis meses após o diagnóstico Fiona enfrentou uma cirurgia para remoer o tumor e sofreu uma esterectomia radical. Em seguida encarou cinco meses de tratamento de radiaçao diário e cinco sessões de quimioterapia para eliminar todas as células cancerígenas.
O tratamento foi fisica e psicologicamente desgastante. "Apesar de tudo eu continuei treinando em um ritmo mais ameno e segui pensando como uma atleta. Eu adotei a mesma atitude dos treinamentos na água em relação às sessões o tratamento. Eu fui superando uma a uma... Deixar o cancro vencer nunca foi uma opção, tampouco deixar a minha qualidade de vida piorar. Eu nunca deixei o cancro controlar a minha vida ou a minha mente"
Todo o tratamento aplicado foi essencial para a recuperação total de Fiona, porém a consequência foi a falência dos ovários e uma menopausa prematura. "Encarar a realidade de saber que não poderei ter filhos aos 23 anos foi dura de encarar. Essa foi a pior parte.. Eu sempre tive vontade de ser mãe e demorou para que eu me acostumasse com essa nova realidade. Mas existem outras formas e opções. A minha família é formada por filhos biológicos e filhos adotivos e não há diferença no amor dado.
Fiona superou toda essa situação com muita determinação. Essa atitude a ajudou nas suas útimas conquistas nas raias. Ela remou no oito em 2007 e 2008. Em 2009 ela se afastou um pouco para reorganizar a sua vida pessoal. "Recuperar a forma tomou mais tempo do que eu esperava.
Tudo foi mais longo e complicado devido a minha menopausa precoce. Somente no ano passado eu consegui recuperar a forma física que eu possuía antes do tumor".
No mundo, o cancro de colo do útero é o segundo mais comum entre as mulheres entre 15 e 44 anos, após o câncer de mama e o terceiro mais mortal entre as mulheres após o càncer de mama e de pulmão.
São cerca de 500.000 novos casos de cancro de colo de útero por ano com 270.000 mortes, o que significa que uma mulher morre a cada 2 minutos de cancro de útero no mundo. Nos páises em desenvolvimento, esse é o tipo de cancro que mais mata.
O exame papanicolau ainda é considerado a melhor prevenção.
São cerca de 500.000 novos casos de cancro de colo de útero por ano com 270.000 mortes, o que significa que uma mulher morre a cada 2 minutos de cancro de útero no mundo. Nos páises em desenvolvimento, esse é o tipo de cancro que mais mata.
O exame papanicolau ainda é considerado a melhor prevenção.
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